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Música / Novidade!

Alaíde Costa dobra o tempo e faz lançamento em vinil

Cantora brasileira anuncia lançamento de LP do seu último disco ‘E o Tempo Agora Quer Voar’ com a Três Selos

Dayw Vilar para Rolling Stone Brasil Publicado em 09/09/2024, às 16h31

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“Eu acho que a gente tem que abrir as asas e voar mesmo” (Foto: Daryan Dornelles)
“Eu acho que a gente tem que abrir as asas e voar mesmo” (Foto: Daryan Dornelles)

Em vôo de ascensão e reconhecimento, aos 88, Alaíde Costa é esperança e sonho. Dois anos após seu último lançamento (O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim), Alaíde Costa, reuniu oito composições inéditas de nomes como Marisa Monte, Nando Reis, Caetano Veloso e Emicida para seu novo disco. E o Tempo Agora Quer Voar é o segundo título da trilogia em parceria com Marcus Preto, Emicida e Pupillo, numa estrada onde merece estar: finalmente sendo reconhecida.

“O projeto nasceu através deles , trazendo novos compositores, com músicas feitas para mim”, adiantou em entrevista exclusiva para anunciar que neste mês de setembro, a obra chega com exclusividade em LP para os assinantes do clube de vinil Três Selos

“O talento de Alaíde Costa, aliado ao tratamento dado pelos produtores Marcus Preto, Emicida e Pupillo, colocam uma das maiores cantoras da história da música brasileira onde ela precisa estar. A qualidade do disco E o Tempo Agora Quer Voar muito cuidadosamente lapidado nos seus arranjos e composições, fazem Alaíde flutuar em seu próprio tempo, como uma das mais contemporâneas cantoras na plenitude de seus 88 anos”, destaca Rafael Cortes A&R da Três Selos.

+++LEIA MAIS: E o tempo Agora Quer Voar: Alaíde Costa recebe convidados para audição de disco

Em 70 anos de carreira cabem muitas histórias. O Brasil deve à Alaíde Costa o reconhecimento de grandes nomes. Apesar da doçura e da sua própria trajetória se confundirem com a bossa nova, um ritmo tão nosso que sempre a manteve aquém do seu tamanho. Era Alaíde, só pra memorizar, a única voz feminina no icônico Clube da Esquina, isso sem falar da sua parceria com João Gilberto. O novo trabalho “é muito importante porque é muito gratificante a gente saber que é querida por vários colegas. Estou feliz”. 

As oito faixas do disco percorrem a biografia da cantora e refletem seu melhor momento, ou seu auge, como costuma repetir orgulhosa. Reverência a fatos da sua história musicados com letras ricas, E o Tempo Agora Quer Voar teve a partir da escuta e talento de Emicida uma via de criação. Entre elas, a resposta que Alaíde deu ao bolo que Caetano Veloso deu nela nos anos 70 quando, acompanhada de Milton Nascimento, desistiram de esperar que Caetano acordasse e saísse da cama para dar-lhes uma canção original para o LP Coração, de 1976. A letra foi criada a partir do lamento de Caetano por não ter entrado no disco e a resposta de Alaíde: Não entrou porque não quis. É, inclusive, uma das mais belas do álbum, e como reparo, vem com melodia assinada pelo próprio Caê.

Outra faixa com destaque é "Meus Sapatos", talvez a mais íntima das composições ali postas, relata de forma emotiva todos os percalços e batalhas. Na letra de Rashid e Emicida, cabe refletir sobre as dificuldades que a imensidão, traduzida ali por São Paulo, impuseram e ainda impõem a mulheres negras talentosas e gabaritadas como Alaíde enfrentam para ter seu lugar ao sol. 

Uma honra sem tamanho e ao mesmo tempo um sonho realizado. Essa é a primeira vez que componho pra outra pessoa interpretar. A emoção e a verdade que ela trouxe na interpretação é coisa de quem conhece do riscado, de quem tem muita bagagem e sabe muito bem usar seu instrumento, que é a voz. Desde que a ouvi no disco Clube da Esquina sou um admirador dessa voz e poder contribuir em um trabalho dela agora é motivo de muito orgulho. ‘Meus Sapatos’ é uma letra linda, mas quando ela ganha vida no timbre de Dona Alaíde, ela se torna uma canção incrível”, destacou Rashid.

A bolacha conta com direção artística de Emicida e Marcus Preto mais a produção musical de Pupillo Oliveira e a banda formada por Fábio Sá no contrabaixo acústico, Léo Mendes no violão de sete cordas, o próprio Pupillo na bateria mais sopros orquestrados por Antonio Neves e Antonio Albino.

Alaíde Costa e Emicida (Foto: Reprodução)

Da música à publicidade, Alaíde tem colecionado homenagens e prêmios, como a ovacionada passagem pelo palco do Prêmio da Música Brasileira e o Grand Prix que sua apresentação no Carneggie Hall, a convite de uma marca de uísque, ganhou no Cannes Lions, um dos circuitos de criatividade mias importantes do mundo. Mesmo assim, ela tem sonhos e revela que ainda tem muitos sonhos. Um deles é se apresentar numa das salas de espetáculos mais importantes do mundo. “Eu ainda quero fazer muita coisa, inclusive dar uma chegadinha lá em Paris, né? Eu sonho me apresentar lá no L’Olimpia, que é um lugar assim que grandes artistas já se apresentaram”. 

Para o tempo, incontrolável, Alaíde fez do segundo disco dessa trilogia um manual de como lidar com tanta luta e tanta história: voando alto. “Eu acho que a gente tem que abrir as asas e voar mesmo”. Disponível a partir de 7 de setembro no site da Três Selos, E o Tempo Agora Quer Voar chega em vinil de alta gramatura, capa dupla de luxo acompanhados por material fruto da pesquisa e entrevistas do jornalista Leonardo Lichote