Aos 50 anos, artista analisou sua própria personalidade enquanto comemora 25 anos de seu maior sucesso
Publicado em 24/11/2024, às 08h00
Alanis Morissette vivenciou o seu auge de popularidade na década de 1990, mas nunca parou de trabalhar. Hoje, aos 50 anos, consegue entender melhor o que aconteceu em seu período de maior fama, impulsionada pelo multiplatinado álbum Jagged Little Pill (1995).
Em entrevista ao The New York Times republicada pelo Estadão, Morissette refletiu sobre aspectos diferentes de sua vida, personalidade e carreira musical. Em dado momento, ao observar como se portava no passado, confessou que tinha vergonha do fato de ser uma pessoa mais ativa — e que trabalha — durante a noite.
Inicialmente, ela comentou:
Quando estou em turnê, vou para a cama entre quatro e cinco da manhã. Sempre me envergonhei do fato de que ganho vida à noite.”
Apesar do sentimento — agora superado —, Alanis demonstrou compreender o porquê de sua preferência por este momento do dia. A cantora afirma:
Como mãe e como pessoa que vive num mundo superestimulante, tenho algo especial com a noite, com esse mundo inteiro envolto em escuridão, que dá permissão para ouvir as várias mensagens que podem estar tentando passar.”
Alanis Morissette também discutiu outro aspecto importante de sua personalidade: a necessidade de estar sempre fora de casa. A artista destacou que mesmo em tempos de muita tecnologia, busca estar em contato com a natureza.
Ela afirma:
Onde quer que eu vá, quero derrubar paredes. Minha avó dizia: ‘você é alérgica a paredes, Alanis, é alérgica a portas e janelas’. Como cultura, somos meio que sugados por nossa tecnologia. Mas como faço para me manter conectada com a terra? Como posso pisar descalça na grama e me sujar de lama? Gosto da combinação de ficar um pouco suja, mas também chique, com estética, tecidos e peças de alta qualidade.”
Ainda citando elementos pessoais, Morissette exaltou sua habilidade com as finanças — algo extremamente necessário para alguém que deseja ter uma carreira tão longeva quanto a dela na música. Sobre o tema, diz:
Tive o prazer de entrevistar Howard Gardner, que criou a teoria das inteligências múltiplas, para meu podcast, e perguntei a ele se poderia acrescentar mais algumas inteligências. Acho que a inteligência financeira é uma inteligência. É uma sensação de ativismo ser uma mulher com poder em relação ao dinheiro e com conhecimento sobre dinheiro e entrar no empreendedorismo.”
Para compreender a sensação citada por Alanis, é preciso conhecer um pouco sobre sua vida. Exposta à fama desde muito jovem — lançou seu primeiro álbum aos 17 anos —, a cantora sofreu com relacionamentos e até mesmo com os negócios da indústria musical, pois chegou a ser roubada por um empresário. Mãe de três filhos, também discutiu recentemente e de forma aberta questões relacionadas à depressão pós-parto.
Ao longo da carreira, Alanis Morissette experimentou sonoridades mais alternativas e chegou a gravar música voltada a meditação. A artista também tem uma carreira como atriz: seus trabalhos incluem participações em séries como “Sex and the City” e “Curb Your Enthusiasm”, os filmes Dogma (1999) e O Império (do Besteirol) Contra-Ataca (2001) e até mesmo nas novelas brasileiras Malhação (1996) e Celebridade (2003).
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Colaborou: André Luiz Fernandes.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.