FBI tentou ligar Aretha Franklin ao comunismo e "violência racial"
Entrevista exclusiva do filho de Aretha Franklin, Kecalf Franklin, à Rolling Stone EUA revelou detalhes de investigação duradoura do FBI a uma das maiores vozes da história. Documentos obtidos em setembro mostraram que coleta de dados ocorreu entre 1967 e 2007.
O arquivo de Aretha conta com 270 páginas repletas de menções a "extremistas negros, "apoio ao comunismo," "ódio à América," "violência racial" e "militância negra." Segundo a reportagem, todo o documento tratava cantora e outros músicos com quem trabalhava como suspeitos.
"Não tenho certeza se minha mãe sabia que ela era um alvo do FBI e que foi seguida. Mas sei que ela não tinha absolutamente nada a esconder," Kecalf afirmou.
A luta de Franklin por direitos civis, aliada a Martin Luther King Jr., Angela Davis e outros ativistas importantes colocaram a artista no radar. O endereço, número de telefone e outras atividades eram acompanhadas secretamente pelo FBI. As investigações acabaram revelando até ameaças de morte recebidas por ela em cartas.
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A agência ainda tentou conectar Franklin a movimentos chamados de "radicais." O contrato dela com a Atlantic Records está detalhado nos documentos para que os agentes pudessem estudar relação entre os negócios e o Partido dos Panteras Negras - mesmo sem evidências.
FBI também incluiu relatórios de outros músicos negros, como Marvin Gaye e Jimi Hendrix. O departamento de investigação dos Estados Unidos não respondeu ao pedido de comentários da reportagem.