A cantora Mizuho Lin foi retirada dos próximos shows da Semblant depois de afirmar que o pedido de intervenção militar "deveria ter sido feito muito antes"
Nesta quinta-feira, 03, a banda curitibana Semblant anunciou, através de uma nota oficial, que sua vocalista, Mizuho Lin, seria afastada dos próximos shows do grupo. A artista gerou polêmicas nas redes sociais após publicar um vídeo afirmando que "o povo foi burro" por ter demorado para ir às ruas.
Tudo começou quando Lindecidiu se posicionar na web, comentando as atuais manifestações que questionam os resultados das eleições presidenciais do domingo, 30. “Esse pedido [de intervenção militar] já deveria ter sido feito muito antes”, afirmou a artista, nos vídeos. “Mas o povo burro não pediu. Agora, depois da eleição, vai ficar put*nho? Povo brasileiro sendo burro como sempre."
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Os vídeos chamaram atenção de diversos fãs de rock e rapidamente se espalharam nas redes sociais. Foi assim que fãs da banda holandesa Epica entraram na história — já que a Semblant seria o grupo responsável pela apresentação de abertura nos próximos shows da Epica.
Não demorou, então, até que os fãs do grupo holandês se mobilizassem nas redes, pedindo que o show da Semblant fosse cancelado, segundo a coluna de Ricardo Feltrin, do UOL. Além da banda, a Liberation, produtora responsável pelo show, também passou a receber comentários dos fãs da Epica.
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Nas publicações da Liberation — que chegou a bloquear a sessão de comentários — na internet, as pessoas pediam não apenas pelo cancelamento do show da Semblant, como ainda sugeriam que o público virasse de costas uma vez que o grupo subisse no palco. “Podem nos empurrar goela abaixo, mas não podem nos obrigar a dar atenção", afirmou um dos fãs, ainda nos comentários.
Eventualmente, as hashtags #ForaSemblant e #NoSemblant começaram a surgir. Foi então que, diante da manifestação dos fãs da Epica, a Semblant finalmente se posicionou, através de uma nota oficial. “A Semblant vem a público informar que lamenta profundamente o ocorrido referente a um vídeo postado em mídia social, proferido por um de nossos membros”, afirmou o grupo de death metal.
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A opinião dessa pessoa e o que foi declarado não representa a opinião da banda e, por isso, todos nós pedimos desculpas. A banda, nesses quase vinte anos de trabalho sério e dedicado, sempre teve a música como foco principal. A música, a arte e o metal são totalmente atrelados à democracia e à liberdade, e são esses os princípios nos quais a banda acredita”, pontuou a nota.
Afirmando que é “formada por pessoas de diferentes pensamentos e estilos”, a Semblant disse repudiar “toda forma de preconceito, opressão ou ações contra a democracia”. Com isso, informou que “visando respeitar o trabalho de todos os demais envolvidos na turnê, substituirá a participação deste membro para as próximas apresentações já agendadas, em respeito ao público e ao evento”.
Procurada pela coluna do UOL, a produtora Liberation não respondeu ao pedido de posicionamento. Da mesma forma, quando questionada por Ricardo Feltrin, Mizuho Lin também não se manifestou. Confira, na íntegra, a nota oficial publicada pela Semblant após as polêmicas:
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