Phil Collen, guitarrista, conversou com a Rolling Stone Brasil sobre a apresentação que acontece nesta terça-feira (7) no Allianz Parque, em São Paulo
Publicado em 06/03/2023, às 21h37 - Atualizado em 07/03/2023, às 11h34
A turnê que reúne Def Leppard e Mötley Crüe está prestes a desembarcar no Brasil. Em apresentação única no estádio Allianz Parque, em São Paulo, nesta terça-feira (7), as bandas de hard rock vão oferecer o espetáculo que rodou os Estados Unidos com a The Stadium Tour, agora rebatizada The World Tour devido à sua expansão para América do Sul e Europa.
A versão que está sendo apresentada fora dos Estados Unidos não oferece as atrações de abertura Poison e Joan Jett & the Blackhearts, restritas ao território americano. Porém, os grupos principais estão presentes:
- o Def Leppard, que promove seu novo álbum Diamond Star Halos (2022)além de tocar vários de seus hits;
- e o Mötley Crüe, na turnê que pôs fim à aposentadoria anunciada em 2015, embora o guitarrista Mick Mars esteja retirado por razões de saúde e agora tenha sua vaga ocupada por John 5.
Exclusivamente no Brasil, a programação ainda contará com um show de abertura de Edu Falaschi, ex-vocalista do Angra, que atualmente divulga o álbum Vera Cruz (2021).
Na manhã seguinte a um show no Chile, o último antes do Brasil, a Rolling Stone Brasil conversou com o guitarrista do Def Leppard, Phil Collen. Os destaques do bate-papo podem ser conferidos a seguir.
Rolling Stone Brasil: Como tem sido a turnê latinoamericana até agora? Vocês já tocaram no México, Colômbia, Peru e Chile, certo?
Phil Collen: Sim! Estou amando essa tour. Tem sido uma das minhas turnês favoritas de todos os tempos. A América Latina tem uma plateia muito apaixonada, que nos dá boas-vindas, é afetuosa. As pessoas ficam loucas. É ótimo poder tocar para vocês. Você se sente bem-vindo e as pessoas realmente curtem.
RS: E como tem sido excursionar com o Mötley Crüe? Esses caras eram muito festeiros, mas nos dias de hoje, as coisas estão um pouco diferentes, não é?
PC: Sim, eu conhecia Tommy Lee (baterista) e todos os caras desde os anos 80. Costumávamos sair e pirar. Mas nós passamos por todas essas coisas diferentes. Nikki Sixx (baixista) hoje tem 5 filhos. Todos nós temos muito em comum. Quando você consegue sair do outro lado da fama e manter-se vivo, tudo é ótimo e você não precisa ficar chapado para celebrar. Celebramos estando em turnê. São duas versões diferentes de rock, sabe? Diferentes estilos, mas funciona. Faz a plateia gostar mais do que se fossem duas bandas do mesmo estilo.
RS: Tenho visto você dizer em algumas entrevistas que alguns dos shows mais recentes do Def Leppard estão entre os melhores de toda a sua carreira, pois vocês cantam e tocam ainda melhor que antes. Como vocês se mantêm motivados a evoluir depois de todo o sucesso já conquistado?
PC: Ainda não conquistamos o que realmente temos como objetivo. Tem outro nível, o de bandas Led Zeppelin, Rolling Stones ou Queen, e não estamos lá ainda. Então, temos que chegar lá. Amo essas bandas que eu falei – são meus ídolos, não me entenda mal –, mas em um bom dia, somos melhores em shows que qualquer uma delas. Tecnicamente. A gente se esforça, trabalha duro, inclusive fisicamente. Treino todos os dias, toco guitarra todos os dias, canto todos os dias para manter a voz boa. Não consigo nem acreditar quando cantamos ao vivo e são nossas vozes. Soa como o disco. Mas é porque eu, Joe Elliott (vocalista), Rick Savage (baixista) e Vivian Campbell (guitarrista) estamos cantando juntos há muitos anos. São 30 anos desde que Vivian chegou e 41 anos desde que eu cheguei. Cantando todos os dias. Então tiramos vantagem disso.
RS: O Brasil oferece uma montanha-russa de emoções para o Def Leppard. Vocês cancelaram o show no Rock in Rio em 1985 porque as gravações de Hysteria estavam atrasadas, tiveram os shows vazios de 1997 e então um êxtase total em 2017, finalmente tocando no Rock in Rio e outras cidades. Como você se sente a respeito desses altos e baixos com o Brasil?
PC: Sabe, eu só queria que tivéssemos vindo para cá muito antes. O mesmo aconteceu em algumas partes da Europa. No passado, estávamos tão concentrados em fazer discos. E gravamos ótimos discos, mas perdemos parte desse ímpeto e apelo de turnês. É o único arrependimento que temos: se tivéssemos essa mentalidade que temos agora, teríamos vindo muito mais vezes. Trabalhamos mais hoje do que nunca.
RS: Agora eu gostaria de te perguntar sobre o novo álbum, Diamond Star Halos. Você tem dito que esse álbum é diferente, pois vocês não sabiam que estavam fazendo um álbum enquanto faziam. Então, soa até como uma homenagem às primeiras influências da banda, como David Bowie, T. Rex e Mott the Hoople. O quão feliz você ficou com esse álbum?
PC: Foi a minha experiência favorita entre gravar álbum. Iríamos gravar duas músicas em Dublin quando a Covid veio. Então, apenas ficamos em casa e eu toquei todos os dias, compus músicas. Joe Elliott e eu estamos conversando e eu falei que tive uma ideia, mas não seria para o Def Leppard, porque soava como outra coisa. E antes que percebêssemos, estávamos compondo e tínhamos cinco músicas prontas. Só nós dois. Envolvemos todos os caras e fizemos um álbum inteiro dessa maneira. Fiz tudo no meu laptop, em uma mesa como esta. Foi ótimo. Uma experiência muito divertida. Todos adoraram isso, pois poderiam estar em casa, fazer suas próprias coisas e ainda trabalhar nas coisas que estávamos criando.
O Def Leppard e o Mötley Crüe, com abertura de Edu Falaschi, se apresentam nesta terça-feira, 7 de março de 2023, no estádio Allianz Parque (av. Francisco Matarazzo, 1705 - Água Branca - São Paulo). Horários: abertura dos portões às 16h | show do Edu Falaschi às 18h15 | show do Mötley Crüe: 19h30 | show do Def Leppard às 21h30.
Ingressos seguem à venda pelo site Eventim, nos setores de pista premium (R$ 760 a inteira), cadeira inferior (R$ 560 a inteira e R$ 280 a meia), pista (R$ 440 a inteira e R$ 220 a meia) e cadeira superior (R$ 360 a inteira e R$ 180 a meia). Usando o cupom promocional MCDF2X1, é possível comprar duas entradas pelo preço de uma.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.