Pouco menos de um mês após o lançamento de 'REVERSA', Carol Biazin conta como o disco mexeu com sua própria personalidade, entre resgates do passado e sessões de terapia
"Não sou muito de falar, prefiro fazer música / Eu penso demais, e falo pouco". Na contramão da poesia falada que abre REVERSA, seu segundo álbum de estúdio, a Carol Biazin que encontramos no estúdio da Rolling Stone Brasilfala, e fala bem. Fala das inseguranças que superou para chegar ao resultado do disco, das referências musicais que resgatou da infância paranaense e dos desafios que a levaram do estúdio para a sessão de terapia:
"REVERSA me ensinou que eu tenho que falar mais, mesmo, que quanto mais eu falo, mais consigo levar minha vida com leveza. E é muito massa que tô muito leve. Tô no melhor momento na minha vida. E esse álbum foi o pontapé para minha leveza. Eu comecei a fazer terapia por causa desse álbum."
Aos 25 anos, a cantora expande o universo artístico em um álbum visual com um conceito distinto dos trabalhos anteriores: aqui, ela narra uma história de amor às avessas, começando pelo fim e caminhando até o início. As 14 faixas do disco são divididas em três atos bem marcados, nos quais as referências abundam, do storytelling de Taylor Swift, passando pelo trap de Cardi B até chegar às poesias de Tonico & Tinoco - influências ancestrais da infância no interior.
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"Queria trazer todas as referências que eu já tive, mesmo inconscientemente, referências que eu não sabia que tinha. Eu cresci no interior do Paraná, então o que rolava lá era o sertanejo, músicas muito acessíveis, com papo muito tranquilo e fácil de entender, e eu queria trazer essa leveza para o fim desse álbum porque é assim que ela se sente."
Mais madura e segura se si que em seu álbum anterior, Beijo de Judas ("lá ainda tava aprendendo a escrever, a compor"), a Carol que aparece em REVERSA traz consigo a necessidade de botar para fora sentimentos até então intocados, como ela conta: "A gente trabalha extremismos nesse álbum, porque eu não tive medo de me expor mesmo".
Nas letras, traz referências biográficas e um alter-ego, a "Garota Infernal", personalidade dela própria que deu o pontapé para o surgimento da história contada no material. Isso, além de uma sexualidade latente expressa principalmente em faixas como "Bacardi" e "Playlist de Sexo" - faixa para lá de 'transante', como ela própria aponta, e inspirada por nomes como Baco Exu do Blues, SZA, Jorja Smith, Iza e Ludmilla.
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Confira a entrevista completa de Carol abaixo:
Com estreia prevista para o fim de março, no palco do Lollapalooza Brasil, o show de REVERSA promete levar ao público parte da atmosfera teatral que Carol propõe no álbum. A seu favor, ela deve propor uma construção visual já presente nos visualizers do disco, além da própria divisão das 14 faixas - entre músicas e interlúdios - em três atos bem distintos.
"Quero que as pessoas entendam cada ato no palco, no visual, no jeito que a gente vai tocar, se portar no palco. Quero que seja uma brincadeira de teatro, dividido por atos mesmo, e que tudo isso seja bem demarcado, que o público consiga ter várias emoções durante o show. Quero que eles sintam vontade de chorar, mas também de beijar alguém e se divertir, sorrir... é o que eu sempre tento trazer nos meus shows, mas acho que com REVERSA isso vai ser muito natural, muito fácil de fazer."