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Claudinho Miranda lança novo EP e traz ativismo musical, sabedoria periférica e música como ferramenta de cura

Projeto, com produção de Renato Neto e engenharia de som de LP Serafim, marca novo ciclo na trajetória do artista e ativista, fundador do Instituo Favela da Paz

Redação

Claudinho Miranda lança novo EP e traz ativismo musical, sabedoria periférica e música como ferramenta de cura (Divulgação)

Claudinho Miranda, músico, produtor cultural, terapeuta e ativista periférico, lança seu novo EP, um recomeço sonoro guiado por espiritualidade, ancestralidade e ativismo comunitário. Com seis faixas, sendo cinco inéditas e uma regravação, o projeto traduz em samba, groove e poesia o que o artista define como “Ativismo Musical”: “a fé que caminha, a reza que se dança e a justiça que nasce do tambor, da terra e do corpo.

Com produção de Renato Neto, tecladista, produtor e arranjador brasileiro que integrou a banda de Prince e trabalhou com Rod Stewart, Sheila E., Gilberto Gil entre tantos outros grandes nomes da música mundial, e engenharia de som de Luiz Paulo Serafim (LP) – responsável por trabalhos de Elza Soares, Emicida, Criolo e Racionais MC’s, o EP une excelência técnica à força da vivência periférica. No repertório, as inéditas “Ekanda no Samba”, “Catamarã”, “4 x 4″, “Guerreiro” e a faixa-título, além da regravação de “Tiro Onda (Pra Onda Não Me Tirar)”, de Jair Oliveira.

Este EP é um verdadeiro manifesto. “Cura é voltar às origens. É voltar a ser humano que compartilha, que vive em comunidade”, afirma Claudinho. Ele observa que há diferentes formas de representar a periferia na arte, e que nem sempre essas representações se baseiam diretamente em experiências comunitárias. Seu novo trabalho nasce do desejo de reavivar saberes e práticas coletivas que vêm desaparecendo – e de valorizar saberes periféricos e ancestrais que mantêm viva a memória e a união da comunidade em diferentes expressões culturais e celebrações.

Para o ativista, fundador do Instituto Favela da Paz, que mudou a realidade da comunidade do Jardim Nakamura e arredores, a música periférica não é apenas entretenimento, mas “ferramenta de vida, escudo e ponte”. Essa visão vem de uma trajetória que une arte, espiritualidade e transformação social, incluindo vivências com povos originários da África, América latina e da Índia. Ele acredita que a música é um elemento capaz de formar coletivos, fortalecer identidades e elevar consciências: “O mundo é gerido pela música. Se a vibração está baixa, todo mundo sente. É preciso elevar a vibração.”

Claudinho também reflete sobre a destruição histórica do poder comunitário, desde a escravidão até os dias atuais, e vê no seu trabalho uma forma de resistência. “A batucada que vira samba vem do encontro dos tambores indígenas com os africanos. É dessa mistura que nasce o que somos. E precisamos lembrar disso.”

O projeto nasce da convicção de que a música pode ser ferramenta de cura e transformação. Conectado à terra e ao planeta, o EP é um convite à escuta e à reconstrução coletiva: “É samba, groove, reza e ação. É espiritualidade preta, indígena, popular. É ativismo com corpo, coração e comunidade. É coragem para chamar mais gente para pensar junto. É reza que se dança e justiça que nasce do tambor.”

Para a realização do projeto, que prevê, além do EP, shows de lançamento e vídeoclipes, Claudinho Miranda lança uma campanha de crowdfunding na plataforma Benfeitoria, onde as recompensas vão de Abraços Sonoros e flautas nativas feitas especialmente para a campanha em impressoras 3D, com filamento de amido de milho e frequências sonoras de cura e relaxamento, até um dia exclusivo no Instituto Favela da Paz com visita guiada, almoço saudável do Vegearte – um dos projetos sociais do instituto –, palestra sobre sustentabilidade periférica, massagem sonora com Claudinho Miranda e pocket show da banda Poesia Samba Soul.

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