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Música / Trajetória

Como era trabalhar com o lendário Jaco Pastorius, segundo Al Di Meola

Guitarrista presenciou o lendário baixista ainda no começo da carreira, quando era apenas um prodígio desconhecido do grande público

Por Igor Miranda (@igormirandasite)
por Por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 28/10/2024, às 08h00

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Jaco Pastorius e Al Di Meola (Foto: Paul Natkin/Getty Images e Daniel Knighton/Getty Images)
Jaco Pastorius e Al Di Meola (Foto: Paul Natkin/Getty Images e Daniel Knighton/Getty Images)

Um dos maiores baixistas de todos os tempos, Jaco Pastorius era — e ainda é — reverenciado por seus colegas de instrumento tal qual Jimi Hendrix na guitarra. O músico americano, todavia, construiu para si uma reputação de gênio tempestuoso.

Só que antes disso tudo, era apenas um prodígio. E Al Di Meola presenciou todo o potencial dele no estúdio.

Em entrevista ao podcast Moods and Modes (transcrição via Ultimate Guitar), o guitarrista resolveu contar sobre a experiência de gravar seu álbum de estreia, Land of the Midnight Sun. Entre os músicos convidados estava um jovem Pastorius, que tocou baixo na faixa “Suite Golden Dawn”.

Di Meola descreveu a cena:

Ele estava com o pai, o pai dele veio com ele para o estúdio. O pai dele falou: ‘Essa é a primeira vez que Jaco grava num estúdio’. Ele estava a caminho de Boston depois do meu álbum. Ele até falou: ‘amanhã eu vou embora, vou gravar com Pat [Metheny, outra lenda do jazz]’.”

Sobre o comportamento do baixista durante as sessões de Land of the Midnight Sun, Di Meola ressaltou a abordagem instintiva de Jaco. Ele falou:

Jaco foi ótimo. Ele não aprendeu as linhas, mas há os grooves. Se você escuta tudo uma vez, por ser uma suite, ‘Golden Dawn’, o jeito como ele construiu as frases… porque não tinha muita coisa composta pro baixo naquela seção da suite. Mas o que ele inventou, o que ele trouxe para a música, como grandes instrumentistas fazem, como Chick [Corea], Steve Gadd ou Anthony Jackson, eles melhoram a música composta — seja trazendo pouco ou muito. É incrível o que ele trouxe à música.”

Jaco Pastorius, gigante do jazz fusion

Jaco Pastorius tocou nos álbuns de estreia de Al Di Meola e Pat Metheny, ambos registrados em 1975. Entre as duas sessões, encontrou tempo de gravar o seu próprio disco, chamado apenas Jaco Pastorius, que o alavancou a fama no mundo do jazz.

Antes mesmo do lançamento do LP, em agosto de 1976, Jaco enviou uma cópia não-finalizada do álbum para Joe Zawinul, líder do grupo de jazz fusion Weather Report. Os dois se conheceram após um show em Miami e mantiveram correspondência por alguns anos. Quando o baixista Alphonse Johnson anunciou seus planos de deixar a banda, Pastorius foi convidado para ser o substituto.

Sua primeira aparição foi no álbum Black Market, lançado cinco meses antes de seu disco solo sair. Ele permaneceu no Weather Report até 1982, estabelecendo-se como um dos baixistas mais influentes de sua geração. Ao longo de sua trajetória, trabalhou ainda com Joni Mitchell, Herbie Hancock, Randy Bernsen, Jimmy Cliff, entre vários outros.

Jaco nos deixou muito certo e de forma completamente evitável. O baixista morreu em 21 de setembro de 1987, aos 35 anos, após uma briga com um segurança de bar que o deixou em coma até sofrer morte cerebral.

Colaborou: Pedro Hollanda. 

Por Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.