Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil
Música / Rock

Como guitarrista do Whitesnake foi parar na banda da Cher

Joel Hoekstra construiu carreira no hard rock e heavy metal, mas trabalhou com cantora pop por alguns anos — e gostou da experiência

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 14/05/2024, às 11h40

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Cher e Joel Hoekstra (Foto: Getty Images)
Cher e Joel Hoekstra (Foto: Getty Images)

Joel Hoekstra fez carreira, majoritariamente, no hard rock. O guitarrista entrou para o Whitesnake em 2014, mas antes trabalhou com Trans-Siberian Orchestra (ao qual segue vinculado), Night Ranger, além de vários projetos com Jeff Scott Soto, Vinny Appice, Steven Adler, Nancy Wilson, entre outros. Fora um vínculo recente com as lendas do heavy metal Accept, como guitarrista substituto, incluindo uma passagem pelo Brasil em maio.

Joel Hoekstra (Getty Images)

Isso, porém, não o impediu de trabalhar com artistas de outros gêneros. Mais especificamente, uma gigante da música pop: Cher. Entre 2018 e 2020, Hoekstra fez parte da banda da cantora durante a turnê Here We Go Again. Também se apresentou com ela durante a temporada como residente do cassino Monte Carlo, em Las Vegas, e na premiação Billboard Music Awards de 2017.

Em entrevista ao podcast Denim and Leather (via Killer Guitar Rigs), o músico revelou como foi o envolvimento profissional com Cher e sua banda. A relação começou em 2017, quando o Whitesnake não conseguiu realizar turnês.

“Fui guitarrista de turnê de Cher por cerca de três anos porque David Coverdale (vocalista do Whitesnake) passou por uma cirurgia no joelho em 2017. Basicamente, recebemos a notícia de que ele não iria fazer turnê. Então, entrei em contato com muitos amigos do ramo e disse: ‘ei, não estou realmente procurando um novo emprego porque o Whitesnake ainda existe, mas se alguém precisar de alguém para substituto, estou disponível’. [Risos]”

A ponte entre Joel e Cher foi feita por um amigo do segmento: Justin Derrico, guitarrista da cantora Pink e membro da banda de apoio do programa The Voice americano. Derrico também trabalhava com a dona do hit “Believe”, mas estava ocupado com seus outros dois trabalhos.

“Então, Justin acabou me recomendando para ele e disse: ‘Eu sei que vai parecer estranho, mas o que acha de Joel Hoekstra do Whitesnake? Porque ele pode tocar muitos estilos diferentes’.”
Cher (Getty Images)

Linha de pensamento de Joel Hoekstra

Ainda durante a entrevista, Joel Hoekstra revelou qual era a sua abordagem ao trabalhar com Cher. A ideia do guitarrista era executar o trabalho sem atrapalhar o que já estava estabelecido.

“É isso que acontece quando você entra para substituir alguém: tento não interromper o fluxo. Como agora, com o Accept. Não vou mudar a química. Quero que os fãs sintam que é apenas algo excepcional. Vou entrar e arrasar como Phil (Shouse, guitarrista que ele substitui). Foi assim que fiz com Cher: toquei igual a David Barry (guitarrista de várias gravações da artista) e encontrei meu espaço. Quanto mais você toca com as pessoas, mais você aprende a transformar aquilo em uma coisa sua e a encontrar pequenas maneiras de dar seu toque pessoal.”

Embora seja notório pela técnica como “shredder” (alguém que toca muito rápido), Joel sempre teve consciência de que precisaria ser versátil no instrumento — até para evoluir. O período em que se profissionalizou na música ajudou bastante com tal percepção.

“Quando comecei a ser profissional, toda a fritação na guitarra morreu imediatamente. Foi bem quando os anos 1990 começaram (época do estouro do grunge e do rock alternativo). Se você estivesse tocando algum solo rápido, as pessoas diriam: ‘Não!’. E você não conseguiria o trabalho. Então, para se destacar e conseguir trabalhar, tinha que aprender vários estilos diferentes. Isso foi muito bom, pois me ensinou a ser um bom músico, não apenas a me exibir na guitarra. Nuno Bettencourt (guitarrista do Extreme) tocou com Rihanna e também é um ótimo exemplo disso.”