LIVE '25 TOUR

Como o Oasis conquistou os Estados Unidos com turnê de reunião

A turnê de cinco shows do Oasis pelos EUA teve mais impacto cultural do que muitas turnês de outras bandas — veja como chegamos até aqui

BRIAN HIATT

Liam e Noel Gallagher em show de reunião do Oasis
Liam e Noel Gallagher em show de reunião do Oasis (Foto: Kevin Winter/Getty Images)

Em 1994, a primeira turnê do Oasis pelos Estados Unidos não foi nada bem. Após uma apresentação lendária — e desastrosa — movida a metanfetamina no Whisky a Go Go, em Los Angeles, a banda cancelou nove shows. Trinta e um anos depois, o cenário é bem diferente: o grupo reunido acaba de fazer cinco shows esgotados em estádios americanos, com impacto cultural maior do que muitas turnês de um ano inteiro, levando homens adultos às lágrimas, desconhecidos a se abraçarem e bandeiras do Reino Unido a tremularem nos pântanos de Nova Jersey.

No novo episódio do Rolling Stone Music Now, Andy Greene se junta ao apresentador Brian Hiatt para discutir a triunfante passagem do Oasis pelos EUA — e tudo que a antecedeu. A conversa também aborda o possível futuro da banda, incluindo a inevitável especulação sobre um novo álbum e mais datas de shows.

Eles tentam entender como o Oasis ficou tão grande durante os anos afastados, refletindo sobre o fato de que as músicas do grupo, de alguma forma, ganharam relevância nas últimas duas décadas. Também falam sobre a fome coletiva por rock ao vivo, a escassez de novas bandas de nível de estádio e o fato de que as lendas do rock das décadas de 1960 e 1970 estão começando a desaparecer. Outro ponto óbvio: muitas bandas lendárias da Geração X perderam membros essenciais, mas o Oasis conseguiu permanecer.

Ao longo do episódio, entram trechos de participações anteriores de Noel e Liam Gallagher no Rolling Stone Music Now, em 2023 e 2017, respectivamente. Para ouvir o episódio completo, acesse o provedor de podcast de sua escolha, ouça no Apple Podcasts ou Spotify, ou simplesmente aperte o play acima. Alguns destaques:

Noel explica por que quis cantar os vocais principais de “Wonderwall” ou “Don’t Look Back in Anger”. “Naquela época, o Liam tinha pegado o hábito de sair do palco”, conta Noel. “Eu sempre tinha que terminar a porcaria do show, porque haveria um tumulto se ele não terminasse. Então pensei: ‘É melhor eu começar a escrever algumas músicas para eu cantar, caso isso continue acontecendo’. Eu tinha a sensação de que as duas músicas seriam grandes e lembro de dizer: ‘Vou cantar uma ou outra’. Ele não gostou de ‘Wonderwall’ quando ouviu. Na verdade, odiou, assim como praticamente todo mundo, até que alguém da gravadora apareceu e disse: ‘Essa é a música que vai nos deixar ricos e famosos’. Aí ele mudou de ideia e falou: ‘Bom, então eu canto essa’. E eu acabei cantando ‘Don’t Look Back in Anger’… Ainda bem que escolhi essa. Acho que ‘Don’t Look Back in Anger’ é a melhor música.”

Liam explica por que ignora memes e piadas sobre “Wonderwall”. “Não é piada para mim, cara”, diz ele. “Mas se a galera quer zoar, à vontade. O mundo é livre, cara. Mas quando eu canto, não tem piada nenhuma, é sério. Essa música tem sido boa para mim e eu tenho sido bom para ela.”

Noel diz que as pessoas não deveriam esperar que ele escreva o mesmo tipo de música que fazia nos anos 1990. “Eu não tenho mais 27 anos”, afirma. “Eu tive 27 uma vez e mudei a vida das pessoas. Não dá para continuar fazendo isso. Fiz uma, duas, até três vezes… Bob Dylan é a mesma coisa. O cara mudou o curso da história com aqueles três primeiros discos. Ele não faz mais isso. Ele mesmo diria: mesmo que quisesse escrever ‘Like a Rolling Stone’ hoje, não conseguiria, porque já não é mais aquela pessoa.”

Liam defende o terceiro álbum da banda, Be Here Now, muitas vezes criticado. “Eu gosto desse disco”, diz. “Acho que é um ótimo álbum. Talvez, olhando agora, pudesse ser melhor, mas o que significa ‘olhando agora’ quando você está vivendo o sonho? Você está fazendo aquilo no momento. Sabíamos que tiramos um pouco o olho da bola, mas estávamos ralando desde Definitely Maybe. O dinheiro começou a entrar. Comprando casas, carros, roupas bacanas… Você se sente destemido. Provavelmente estávamos bebendo demais e, sabe, outras coisas, mas dane-se. Estávamos trabalhando duro, era hora de aproveitar. Pensamos: ‘O rock and roll vai se cuidar sozinho’. E, de certa forma, cuidou.”


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TAGS: estados unidos, EUA, Liam Gallagher, Live '25 Tour, Noel Gallagher, Oasis, Turnê