Composições de Ringo Starr eram alvo de risadas nos Beatles; entenda

Ao longo de sua trajetória nos Beatles, Ringo Starr compôs apenas duas músicas — “Don’t Pass Me By” e “Octopus’s Garden” — e coassinou quatro faixas junto dos companheiros: “What Goes On”, “Flying”, “Dig It” e “Maggie Mae”.

Sua ausência neste “departamento” nunca foi um problema. Afinal de contas, a criação ficava a cargo majoritariamente de John Lennon e Paul McCartney, dois gigantes nesse sentido. A dupla era tão prolífica a ponto de faltar espaço até mesmo para George Harrison, que com o tempo se mostrou também um compositor de mão cheia.

Nas raras tentativas de Starr em gerar canções inéditas para os Beatles, os colegas reagiam com… risadas. E até onde consta, não havia maldade nisso. Em entrevista ao canal dedicado à banda na SiriusXM (via site Igor Miranda), o baterista explica por que os parceiros gargalhavam de suas iniciativas criativas:

“Comecei a compor músicas e gostava de dizer a John, Paul e George: ‘tenho essa canção aqui que compus’. E eles rolavam no chão de tanto rir porque eu, sem perceber, simplesmente reescrevia a música de outra pessoa.”

Não à toa, demorou até que o músico sentisse segurança o bastante para desenvolver algo realmente autoral. As duas composições assinadas exclusivamente por ele saíram apenas nos álbuns finais do grupo. “Don’t Pass Me By” faz parte do antepenúltimo disco, homônimo — e conhecido como White Album —, de 1968, enquanto “Octopus’s Garden” chegou a público em Abbey Road (1969), penúltimo na ordem de lançamento.

Somente em Ringo (1973), seu terceiro trabalho solo, há número maior de faixas próprias, ainda que em colaboração com parceiros. Mesmo assim, boa parte de seu catálogo fora dos Beatles — composto por 21 álbuns de estúdio — é assinado por músicos externos.

O grande incentivador de Ringo Starr

Em entrevistas, Ringo Starr costuma dar créditos a George Harrison por auxiliá-lo a desenvolver suas capacidades autorais. Na série documental The Beatles: Get Back, é possível ver o guitarrista ajudando o baterista a compor “Octopus’s Garden”.

Apesar da “forcinha”, Harrison — que nos deixou em 2001 — negava ter dado qualquer contribuição criativa a esta música. Em certa ocasião, disse:

“‘Octopus’s Garden’ é uma música de Ringo. É apenas a segunda que ele compôs, e é adorável. Tão pacífica. Acredito que Ringo compunha músicas cósmicas naqueles tempos sem sequer perceber.”

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