Vocalista do CPM 22 refletiu sobre teoria de que sertanejo faz sucesso porque artistas do meio são mais unidos
Publicado em 13/05/2023, às 09h00
Por que o rock já não faz mais tanto sucesso, especialmente no Brasil? Muitos fãs compartilham uma teoria curiosa de que as bandas do estilo não são unidas, diferentemente dos artistas e duplas de música sertaneja, que gravam músicas e se apresentam juntos com frequência.
No entanto, para Badauí, isso está longe de ser verdade. O vocalista do CPM 22 revelou sua opinião sobre o assunto em entrevista ao podcast Falacadabra (via Whiplash).
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Os dois principais tópicos da teoria são contestados pelo cantor. O primeiro é de que as bandas seriam desunidas, o que não seria verdade, de acordo com ele. O segundo tem a ver com a popularidade do rock no Brasil, algo que, em sua visão, nunca foi alta. Inicialmente, sobre o ponto inicial, ele afirmou:
“É uma mentira que o rock não tenha sua evidência hoje em dia por causa da união. As bandas são muito unidas. A gente se encontra nos festivais e faz a maior bagunça. A gente se adora. Quando a gente toca com a Pitty, a gente sai do nosso show e vê o show dela, vai pro camarim, ficam lá todos zoando, vai para o hotel junto. Raimundos a mesma coisa, Planet Hemp, D2, Supla, Capital Inicial, quem quer que seja. Não existe desunião.”
Na sequência, o segundo contraponto foi apresentado. Para ele, o rock “nunca foi o número um” no Brasil.
“A gente está falando de São Paulo, onde mesmo assim o público é grande e sustenta todas essas bandas. Quando alguém fala: ‘vocês têm que voltar’... voltar de onde, maluco? A gente faz show cheio em qualquer cidade que vamos. E isso acontece com Capital, Dead Fish, Pitty, Detonautas, Raimundos... é o suficiente. Tem festivais grandes no Brasil que colocam rock. O Planeta Atlântida já rolou mais, mas ainda rola. O João Rock é o festival mais rock que a gente tem no país, genuinamente rock brasileiro. Entra rock, pop rock e até punk rock e rap, música alternativa em geral. Toca CPM, Pitty, Planet Hemp, Natiruts e Paralamas no mesmo dia. É do c***lho. E com 70 mil pessoas com ingressos vendidos três meses antes.”
De acordo com Badauí, a comparação com a música sertaneja não pode ser levada tão ao pé da letra porque, de fato, os cachês dos artistas de rock nunca serão altos como os de colegas do outro estilo. Isso não significa, porém, que falte público.
“Nosso cachê não se compara ao de um sertanejo. Não tem como. Mas o que não pode falar é que não tem público - ainda que seja um público com uns 70% de pessoas de classe mais trabalhadora, com menos condições. Isso se reflete no cachê, no evento como um todo. E não quer dizer que tenha um público que não seja do c***lho.”
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.