Em últimas entrevistas da carreira, John Lennon falou sobre o processo criativos dos últimos discos e o desgaste na relação com o Fab Four
Não é nenhum segredo que a separação dos Beatles foi amarga. Após anos de tensão entre Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, John Lennon anunciou sua saída da banda mais importante do século 20 - mas o músico estava frustrado com a sonoridade da banda há alguns anos.
No início da década de 1960, eles trabalharam com muito entusiasmo. Na segunda metade da década, porém, os quatro Beatles não estavam mais tão empolgados para tocarem juntos e, de acordo com Lennon, trabalhar nos últimos discos foi "uma tortura" (via Gold Radio UK).
+++ LEIA MAIS: Paul McCartney relembra 1ª vez em que os Beatles ficaram chapados
Em sua última entrevista antes de ser assassinado - na época em que ele já havia se reconciliado com PaulMcCartney - Lennon se abriu com o escritor David Sheff sobre o processo criativos dos últimos discos, principalmente Let It Be (1970), considerado pelo músico um dos piores dos Beatles.
[...] É uma tortura toda vez que produzimos alguma coisa. Os Beatles não têm nenhuma mágica que você não tenha. Sofremos como o inferno sempre que fazemos qualquer coisa, e temos que lutar um contra o outro. Imagine trabalhar com os Beatles... é difícil.”
Ainda na entrevista, Lennon notou que sempre foi tenso no estúdio, mesmo quando eles criaram seus melhores trabalhos. Dada a aversão de John pela música dos Beatles, não é de surpreender que ele tenha sido o primeiro a sair da banda.
E mesmo que a tensão no grupo estivesse alta há algum tempo, seus companheiros de banda ainda estavam surpresos com o anúncio de Lennon - especialmente Paul McCartney. “Houve uma reunião e John entrou nela, e os outros Beatles e eu estávamos nesta sala e John entrou e disse: 'Estou deixando os Beatles'... Ficamos pasmos”, disse Paul à NPR.