No livro Rita Lee: Outra autobiografia, cantora descreve seus últimos anos de vida na luta contra o câncer de pulmão
Rita Lee teria considerado a eutanásia ao descobrir o câncer de pulmão. É o que revela Rita Lee: outra biografia, livro lançado nesta segunda-feira (22), em que a cantora, morta no último dia 8, narra os últimos dois anos de sua vida, além de sua batalha com a doença. Em um trecho da obra, ela declara:
"Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso.”
No trecho a cantora conta como a notícia da doença, recebida em 2021, a relembrou da morte da mãe, vítima de câncer, décadas antes. Segundo o livro, Rita teria enfrentado o impacto entre crises de pânico.
"Contei [ao chefe da área de oncologia do hospital] do trauma que ficou em mim por ter visto sofrimento da minha mãe fazendo esses dois procedimentos quando teve câncer."
Segundo a cantora, foi preciso acalmá-la para que considerassem as opções para combater o câncer de pulmão - e a combinação de quimioterapia e radioterapia, experimentada anteriormente por sua mãe - seria motivo do terror para ela. Em uma conversa com o médico, ela teria explicado a opção por uma morte "digna, sem dor, rápida e consciente":
“Eu disse a ele [ao médico] que minha vida tinha sido maravilhosa e, que por mim tomava o ‘chazinho da meia-noite’ para ir desta para melhor. Que me deixassem fazer uma passagem digna, sem dor, rápida e consciente; queria estar atenta para logo recomeçar meu caminho em outra dimensão. Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso.”
De acordo com seu relato, foi graças a marido Roberto de Carvalho e aos filhos Antônio, João e Beto Lee, que a incentivaram enfrentar a doença.
“O amor dos boys Carvalho/Lee me fez optar por aceitar fazer o tratamento, porque, se fosse por mim, adeus mundo cruel na boa.”