A cantora e compositora fez a primeira de três apresentações pelo Brasil nesta quarta, 6, com grandes sucessos das quase três décadas de carreira
A cantora, compositora e produtora estadunidense Erykah Badu é do tipo de artista que movimenta multidões. Mesmo em dias em que a chuva se coloca como um obstáculo, como aconteceu nesta quarta, 6, em São Paulo, onde a artista se apresentou no Espaço Unimed lotado.
Essa foi a primeira de três apresentações da rainha do neo soul, que ainda participa do Rock The Mountain em Petrópolis (RJ) nesta sexta, 8. Em seguida, a artista segue para a Bahia, performa na versão soteropolitana do festival Afropunk no sábado, 9.
De volta à apresentação em São Paulo, os sets das DJs Vivian Marques e Lys Ventura foram exatamente o que se espera para essas ocasiões: músicas que aqueçam o público para o que está por vir. Hits brasileiros e internacionais sem deixar a peteca cair durante a organização do palco.
Para o show de abertura, a cantora e compositora baiana Luedji Luna apresentou o último show da turnê do ótimo Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água Deluxe lançado em 2022. Com uma banda alinhada e toda a presença de palco que lhe é característica, a artista fechou com chave de ouro a uma série de shows do que é — até o momento — o melhor trabalho dela.
Alguns destaques da apresentação de Luedji são as faixas "Bom mesmo é estar debaixo d'água," "Enquanto Durmo" e "Pele" — a primeira música escrita por ela — ganham um tom a mais com o coro que vem do público e acompanha a cantora durante todo o show. A roupagem de "Banho de Folhas," hit maior da compositora, e que encerrou o show não poderia ter sido melhor. Um encerramento digno de uma turnê de sucesso.
A atração principal entrou no palco com alguns minutos de atraso, nada que tenha atrapalhado a experiência. Pelo contrário, Badu entrou no palco no momento em que as expectativas por sua chegada estavam no ápice.
Antes dela, a banda subiu ao palco, primeiro apresentando um número instrumental e em seguida com a presença dos backing vocals que, inicialmente, não puderam ser ouvidos, provavelmente por conta de alguma falha técnica que foi rapidamente resolvida.
Erykah Badu, então sobe ao palco, com o chapéu que tem usado nos últimos anos e o olhar penetrante que conhecemos - e amamos. Badu ainda homenageou o rapper 2Pac, que estampava a camiseta da cantora, inicialmente coberta por uma espécie de poncho. Os anéis e assessórios mostravam o que a fez ser reconhecida como ícone de 2024 do Conselho de Fashion Designers da América alguns dias antes de embarcar para o Brasil.
A cantora abriu o show com a faixa "The Healer," que integra o disco New Amerykah Part One (4th World War), de 2008, em seguida cantou o hit absoluto "On & On", do clássico inquestionável Baduizm (1997), seguido por "...& On" do álbum Mama's Gun (2000). Uma ótima maneira de trazer o público para perto.
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A artista fez questão de dizer que o início da passagem pela América do Sul por São Paulo havia sido escolha dela. Badu também brincou com o sintetizador e improvisou sons e gestos que hipnotizavam a plateia.
A apresentação seguiu com "Love of My Life (An Ode to Hip Hop)" — gravada com o rapper Common e parte da trilha sonora de No Embalo do Amor (2002) - "My People," que contou um coro coordenado pela artista. Em seguida, ela apresentou "Time’s a Wastin," "Sometimes" e "Appletree". Nesse momento, improvisou alguns versos para pedir correções no microfone, sem interromper a música ou perder a conexão com a banda.
Badu seguiu o show com um cover de "Workinonit" do rapper J Dilla, "Window Seat," a primeira faixa de New Amerykah Part Two (Return of the Ankh)(2010) a aparecer na apresentação. A artista ainda cantou "Otherside of the Game" e encerrou o bloco com "Them Changes," cover do Thundercat.
"Umm Hmm" abriu o que seria a última parte do show. A banda, então, tocou a introdução de "Bag Lady" que acabou se transformando "Next Lifetime." A penúltima música foi o terceiro e último cover da noite, dessa vez do duo estadunidense de R&B René & Angela, com "You Don’t Have to Cry", Badu finalizou a apresentação com "Tyrone," do disco ao vivo lançado por ela no ano de 1997.
Sem bis, ErykahBadu se despediu de São Paulo. O que faz sentido, se considerarmos que a passagem de estrelas cadentes — e ela definitivamente é tão impressionante como uma — acontece de uma só vez. Sorte de quem ainda vai assistir às outras apresentações da artista no Brasil. Por aqui, fica o gosto de quero mais e a espera pelo retorno.
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