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Música / Entrevista

Forgotten Boys falam sobre o retorno com o álbum 'Click Clack', nova formação e shows [ENTREVISTA]

Chuck Hipolitho e Gustavo Riviera falam sobre o processo criativo, as mudanças na banda e o que os fãs podem esperar dessa nova fase

Crédito: Wilmore Oliveira
Crédito: Wilmore Oliveira

Após 15 anos sem lançar um álbum de inéditas, os Forgotten Boys estão de volta com Click Clack, um trabalho que marca uma nova fase para a banda. O álbum, produzido por Chuck Hipolitho, (baterista e também vocalista), foi gravado ao vivo em um estúdio em São Paulo e é o primeiro a ser feito com a formação atual. Este lançamento é o primeiro com a formação atual, que inclui Gustavo Riviera, Dionisio Dazul, Zé Mazzei, além de Chuck.

Com 10 faixas inéditas, Click Clack já está disponível em todas as plataformas desde a última quarta-feira (25).

Para promover o lançamento, a banda, que agora conta também com Gustavo Riviera (guitarra e voz), Dionisio Dazul (guitarra) e Zé Mazzei (baixo), se prepara para uma série de shows pelo Brasil, incluindo uma mini-turnê pelo Centro-Oeste.

Em uma entrevista exclusiva para a Rolling Stone Brasil, Chuck Hipolitho e Gustavo Riviera falam sobre o processo criativo, as mudanças na banda e o que os fãs podem esperar dessa nova fase.

Confira a íntegra:

(Esta entrevista foi editada e condensada para maior clareza).


Aline Carlin Cordaro - Rolling Stone Brasil:
Este é o primeiro álbum de inéditas desde 2011. Como foi retornar ao estúdio após tanto tempo, e o que mudou no processo criativo de vocês?

Gustavo:
"A gente tava com a banda num momento, fazendo alguns shows e tudo mais, meio num processo sem se ativar, assim, sabe? Meio deixando a coisa rolar. Mas sempre com uma ideia de ter um disco novo pra lançar e nunca rolou, por conta da gente não se organizar e tal. Aí, a gente começou a ensaiar, experimentar ensaiar umas músicas que a gente achava que tinha que regravar, assim. E nesse processo, a gente começou a trazer músicas novas. E quando a gente viu e começou a se motivar pelo que tava rolando e começamos a compor mais e mais, quando a gente viu, a gente tinha um disco sendo composto ali. E por incentivo do Chuck também, de falar: 'Meu, eu produzo, mixo, a gente consegue estúdio', e conseguiu agilizar as coisas."

Chuck:
"Antigamente, acho que a gente tinga isso de... 'Temos que gravar mais um disco, temos que gravar mais um disco'. Isso foi ficando, talvez, perdendo o sentido. Antes de 15 anos, a banda gravou um disco de covers, né, que chama Outside of Society, que é do caralho. Eu não tava na banda, mas a banda entrou em estúdio, né? Então, eu acho que esse, o Click Clack, apareceu porque tinha que ser, não porque tinha que ser feito."


Aline Carlin Cordaro - Rolling Stone Brasil:
Vocês mencionaram que Click Clack é o "álbum dos sonhos". Como foi essa experiência para vocês?

Gustavo:
"O processo foi muito prazeroso, assim. Não foi uma coisa com pressão, sabe? A banda só decidiu fazer. Não tinha uma gravadora, não tinha uma data fechada. As composições foram saindo naturalmente, assim, durante o processo de ensaios. E a interação da banda tava do jeito que era, o que eu digo de 'álbum dos sonhos', porque a gente teve várias formações, vários momentos, assim, de tensões que a gente vivia e tal. E eu acho que esse foi um disco, pelo menos pessoalmente, muito prazeroso de compor e de gravar."


Aline Carlin Cordaro - Rolling Stone Brasil:
E quanto ao conceito do álbum? O que os fãs podem esperar?

Gustavo:
"A gente tá bem focado no que a gente vai apresentar, assim. A gente entrou nisso sem muita expectativa, sabe? Mas a gente também tem essa ansiedade de saber o que os fãs vão achar, lógico. Mas tenho certeza que vai ter uma aceitação muito legal, porque a gente tá muito satisfeito com o disco."

Chuck:
"O conceito do disco foi se desenvolvendo do jeito que a gente foi cultivando ele. Não foi algo criado com um conceito fechado. As coisas foram aparecendo conforme o processo final do disco, como o nome e a capa. Queremos que cada um interprete do jeito que quiser."


Aline Carlin Cordaro - Rolling Stone Brasil:
Vocês lançaram dois singles antes do álbum completo: Sway e Absurd Butterfly. Por que escolheram essas músicas para serem os primeiros singles?

Gustavo:
"Acho que Sway resume um pouco da onde a gente tem as possibilidades, assim, todas. Ela é meio um resumão do disco. Acho que traz já como o disco vai ser, o que de novidade pode trazer e tal. Absurd Butterfly mostra a banda numa atividade mais concisa."

Chuck:
"A escolha foi no feeling, sabe? A gente vai no feeling do que achamos que tem que ser apresentado. A gente escolheu essas, mas sabíamos que quando as pessoas escutassem o resto do disco, elas veriam que qualquer uma poderia ser um single."


Aline Carlin Cordaro - Rolling Stone Brasil:
Há alguma música do álbum que vocês estão particularmente animados para compartilhar? Algo que tenha um significado especial?

Chuck:
"A última música do disco, Like Never Before, foi gravada em um dia extra que a gente tinha no estúdio. Foi uma coisa especial. Acho que ela tem uma vibe meio Velvet Underground e David Bowie, algo que a gente nunca tinha feito antes, mas que faz todo sentido."

Gustavo:
"Essa música foi um momento muito especial, gravada de forma espontânea, e acho que isso se reflete no resultado final."


Aline Carlin Cordaro - Rolling Stone Brasil:
A mudança na formação da banda influenciou o processo criativo do álbum?

Gustavo:
"Sim, com certeza. A saída do Paulo e a entrada do Chuck na bateria fizeram a gente repensar o show e a forma de compor. Foi uma mudança importante para o som da banda."

Chuck:
"Agora, todos estão tocando seus instrumentos principais, o que traz uma química muito forte. Sinto que essa formação é a mais realizada. É como se estivéssemos gravando nosso primeiro disco de novo."


Aline Carlin Cordaro - Rolling Stone Brasil:
Quais são os próximos passos para a banda em termos de shows e promoção do álbum?

Gustavo:
"Estamos com uma mini-turnê marcada pelo Centro-Oeste do Brasil, além de um show de lançamento em São Paulo no começo de novembro. Queremos tocar bastante esse álbum ao vivo."

Chuck:
"Vamos ver como as coisas vão rolar. Estamos deixando tudo fluir naturalmente, mas o importante agora é essa turnê pelo Centro-Oeste."


Desde 1997, os Forgotten Boys já lançaram mais de 10 discos e excursionaram pelo Brasil, Chile, Uruguai e Argentina, além de se apresentarem nos mais importantes festivais alternativos do Brasil e trabalharem em estúdio com produtores como Daniel Ganjaman (Sabotage, Racionais MC's, Criolo, Instituto), Apollo Nove (Otto, Planet Hemp) e Roy Cicala (John Lennon, Bruce Springsteen). A banda já compartilhou o palco com nomes como Guns 'N' Roses, MC5, New York Dolls, Marky Ramone, entre muitos outros.

Click Clack é um lançamento da ForMusic Records em parceria com a Läjä Records, e está disponível em CD e LP nas principais lojas e online pela Läjä Records.