Clipe de 'Solo Muere el Que Se Olvida' traz raízes mexicanas da banda Francisco, el Hombre de forma sensível e leve
Francisco, el Hombre lança clipe de "Solo Muere el Que Se Olvida" nesta quinta, 12. Banda de integrantes mexicanos e brasileiros resgatou tradições do Dia de Los Muertos para falar de luto de forma leve e sensível.
Conforme o vocalista Mateo Piracés-Ugarte explicou em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, faixa do disco mais recente do grupo, Casa Francisco (2021), é "uma celebração da memória e uma dedicatória à vida."
Francisco, el Hombre também comentou colaboração com os catalães da banda La Pegatina, escolhas artísticas do vídeo, e turnê internacional do disco pela América do Norte.
Confira clipe de "Solo Muere el Que Se Olvida" e entrevista completa com Mateo abaixo:
Rolling Stone: De onde surgiu a ideia de falar de luto?
Mateo Piracés-Ugarte: A banda mistura integrantes brasileires e mexicanes, então é normal a nossa mistura de culturas. A ideia de falar sobre esse assunto vem desse lado mexicano da Francisco, el Hombre. A maneira como a cultura mexicana sente e vive o luto é muito distinta do que se vê aqui. Tivemos a oportunidade, como banda, de tocar no Dia de Los Muertos, no México, e essa filosofia inspirou a banda a fazer essa canção. É uma celebração da memória, uma dedicatória à vida.
Fizemos isso a partir da descrição de qual seria nosso funeral, como gostaríamos que fosse e que seja quando a hora chegar: uma grande festa! Uma celebração da vida, e que as memórias recheiam a vida de cores.
Assim como a música, inspirada nas festas mexicanas, clipe de “Sólo Muere El Que Se Olvida” traz visão muito iluminada sobre a morte, sensível e até divertida. Como banda e equipe chegaram a esse tom?
Chegamos a esse tom a partir das festas do Dia de Los Muertos mesmo. Essa música começou a nascer quando tocamos no México durante essa festividade. Pudemos nos apresentar na praça principal da capital, no dia em questão. A vibração do país nesse dia não é nada triste, é uma celebração, uma festa! Isso porque é o dia de celebrar com nosses querides falecides. A cultura mexicana sente a volta dessas pessoas nesse dia, e celebram com elas. É um reencontro!
Como foi a escolha de Camila Carreira para estrelar o clipe?
Quando começamos a pensar num clipe para essa música, chamamos o Thoms para fazer a direção. Havíamos feito alguns trabalhos com ele e sentimos muita afinidade com o trabalho e a leveza dele. Explicamos o significado da canção e tivemos a ideia do roteiro juntes.
Ele trouxe a Camila Carreira para o clipe e calhou perfeitamente. Tive a oportunidade de conhecer todo o elenco no dia da gravação e posso dizer: as conversas e risadas que vocês veem no clipe foram totalmente reais. Parecia que todes se conheciam há décadas.
Como surgiu a colaboração musical com La Pegatina?
Nos conhecemos num festival no México, alguns anos atrás. A energia deles no palco é inesquecível e sentimos que havia uma conexão festeira a ser cultivada. Realmente ambas bandas trazem uma festividade da vida pra catarse do show. Além de que eles também misturam muitos elementos sonoros de diferentes ritmos das regiões de onde vem. Essa mescla e esses shows foram a semente para virarmos amigues, compartilhar bastante e surgir o convite. A música “Solo Muere el Que Se Olvida” foi escolha deles, entre outras canções do disco Casa Francisco. Ela nem era tão festiva, até que eles chegaram e reinventaram a canção
Como "Solo Muere El Que Se Olvida" se conecta com o disco Casa Francisco?
Se Casa Francisco é um convite para que as pessoas entrem no nosso lar, na nossa casa, e se sintam nosses vizinhes, então “Solo Muere el Que Se Olvida” é a parte da apresentação da casa, onde mostramos nosso altarzinho de oferenda do Dia de los Muertos. É uma canção que existe já faz um tempo e somente agora sentimos que havíamos chegado na maturidade de gravá-la.
O que vocês planejam para a turnê internacional da banda?
A gente vai tocar essa música no palco junto com La Pegatina em Barcelona! Isso já é um triunfo para nós, porque estamos falando de fazer isso com eles há dois anos! [risos]
Além disso, vai ser nossa primeira vez tocando na Inglaterra e Alemanha, então não sabemos muito bem o que esperar. Mas uma coisa é certa: estamos levando um show muito dançante. Nosso objetivo é todo mundo sair do nosso show dançando.
É muito diferente tocar para o público europeu e para o brasileiro?
Totalmente! O nosso show é outro. Uma coisa que aprendemos na rua é que o show tem que ser diferente em cada lugar que tocamos, porque cada lugar recebe a música diferentemente. Então a gente procura entender diferentes maneiras de como conseguimos conectar com o público local, para rolar essa conexão que é a cara da Francisco, el Hombre ao vivo. Tô super animado para tentar falar alemão e inglês com o público, inventar brincadeiras e fazer elus cantar em português.
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