"NÃO TINHA IDEIA"

Por que Geezer Butler ficou chocado ao ver Ozzy nos ensaios de show final

Velhos companheiros de Black Sabbath se reencontraram após anos para tocar no evento Back to the Beginning, que marcou a despedida do grupo

Guilherme Gonçalves

Geezer Butler e Ozzy Osbourne, do Black Sabbath, em 2016
Geezer Butler e Ozzy Osbourne, do Black Sabbath, em 2016 - Foto: Kevin Winter / Getty

Geezer Butler revelou ter sido “chocante” encontrar o velho amigo Ozzy Osbourne durante a preparação para o Back to the Beginning. O evento realizado em 5 de julho marcou a despedida do Black Sabbath e de seu vocalista original.

Segundo o baixista, Ozzy já estava bastante debilitado nos ensaios que precederam o show. Como se sabe hoje, o cantor viria a falecer apenas 17 dias após sua apresentação solo e com o Sabbath na cidade natal da banda, Birmingham.

Em entrevista ao Gabbing With Girlfriends — podcast de sua esposa e empresária, Gloria Butler —, Geezer falou sobre como foram os encontros com Ozzy e os demais integrantes do grupo para preparar a apresentação no Back to the Beginning.

Inicialmente, ele comentou sobre a decisão de voltar a se apresentar com a banda e o que o motivou (via Blabbermouth):

“Eu estava curioso para saber como todos iriam se sair. Eu sabia que Ozzy não estava com a saúde em dia. Sabia que Bill (Ward, baterista) não estava bem há algum tempo. Tony (Iommi, guitarrista) topou, e eu também, contanto que todos os outros topassem. E eu disse ‘sim’ sem hesitar.”

Formação clássica do Blackk Sabbath (da esq. para dir.): Bill Ward, Geezer Butler, Ozzy Osbourne e Tony Iommi
Formação clássica do Blackk Sabbath (da esq. para dir.): Bill Ward, Geezer Butler, Ozzy Osbourne e Tony Iommi – Foto: Ross Halfin

Geezer, no entanto, revela que não esperava encontrar Ozzy em situação tão delicada em termos de saúde. Ele refletiu:

“A única coisa chocante foi quando o Ozzy chegou. Eu sabia que o Ozzy estava muito doente, mas não tinha ideia de quão doente ele estava. Estávamos ensaiando, nós três. Começamos — eu, Tony e Bill — ensaiando nos dois primeiros dias só para juntar as músicas, decidir quais canções iríamos tocar e tudo mais. E aí, no terceiro dia, o Ozzy chegou e foi ajudado por dois assistentes. E eu fiquei chocado ao vê-lo daquele jeito.

Os ensaios para a despedida do Black Sabbath

O baixista ofereceu alguns detalhes sobre como foram os ensaios:

“E, claro, sendo o Ozzy, ele teve que fazer algumas piadas e tal. E eles tinham uma poltrona reservada para ele poder sentar e cantar as músicas, porque ele não conseguia ficar em pé. Acho que ensaiamos umas seis ou sete músicas e escolhemos quatro ou cinco. Sabíamos que só podíamos tocar quatro ou cinco por causa do limite de tempo, e escolhemos as quatro ou cinco músicas que soavam melhor e com as quais nos sentíamos mais à vontade. E depois disso, voltamos ao velho Sabbath. Ozzy só podia fazer uma vez, só podia ensaiar, tocar as músicas uma vez e depois ele ia embora e nós continuávamos. Tínhamos que acertar os solos direitinho e coisas assim.”

Geezer Butler e Ozzy Osbourne rompidos

No bate-papo com Gloria Butler, Geezer recordou que já não encontrava Ozzy há vários anos e que um dos motivos foi a briga entre sua esposa e Sharon Osbourne, empresária e agora viúva do falecido vocalista:

“Como você e Sharon (Osbourne) tinham brigado, eu não vi o Ozzy por uns seis anos depois do último show. Aí você e Sharon voltaram a conversar e tudo ficou bem de novo, e foi ótimo finalmente poder falar com o Ozzy novamente. A gente trocava mensagens todo dia. Ele me mandava umas coisas engraçadas e eu mandava umas coisas engraçadas para ele.

Geezer encerrou dizendo:

“Foi ótimo estarmos juntos de novo depois de todos esses anos. Quer dizer, ele provavelmente é meu amigo mais antigo. Conhecia ele há 57 anos, então foi ótimo nos reencontrarmos.”

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Guilherme Gonçalves é jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e atua no jornalismo esportivo desde 2008. Colecionador de discos e melômano, também escreve sobre música e já colaborou para veículos como Collectors Room, Rock Brigade e Guitarload. Atualmente, é redator em IgorMiranda.com.br, revisa livros das editoras Belas Letras e Estética Torta e edita o Morbus Zine, dedicado a resenhas de death metal e grindcore.
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