Apesar de não pertencer à Europa, Israel participa do Eurovision Song Contest desde 1973
A emissora de Israel que transmite o Eurovision Song Contest, KAN, está pedindo à representante do país que "readapte a letra, enquanto preserva a liberdade artística" (via BBC). A solicitação ocorreu logo após Israel declarar que desistiria do concurso caso fossem censurados.
A cantora Eden Golan foi selecionada como representante de Israel para a edição de 2024 do Eurovision. Ela deve participar com a música "October Rain", cuja letra teria vazado ainda em fevereiro. Os versos da jovem de 20 anos fariam menção às vítimas do Hamas no ataque de 7 de outubro, incluindo um que diz: "Todos eram boas crianças, cada um deles".
O presidente do país, Isaac Herzog, manifestou-se sobre o assunto pouco antes da mudança da letra ser considerada: "Acho que é importante para Israel aparecer no Eurovision, e isso também é uma declaração, porque existem muitos haters que querem nos tirar de todos os palcos",
"Ser esperto não é apenas estar certo", completou. Herzog, então, passou a dizer que alguns "ajustes necessários" deveriam ser feitos em "October Rain".
O concurso tem sido boicotado após permitir a participação de Israel. Mais de mil artistas suecos, como Robyn, Fever Ray e First Aid Kit, assinaram carta que pede que o país seja excluído da competição por causa da guerra com a Palestina.
"O fato de países que se colocam acima da lei humanitária serem bem-vindos a participar de eventos culturais internacionais banaliza violações do direito internacional e torna o sofrimento das vítimas invisível", diz trecho da carta.
Por outro lado, personalidades como Sharon Osbourne, Gene Simmons e Boy George assinaram carta que vai na direção contrária e pede que Israel seja bem-vindo no Eurovision.
"Ficamos chocados e desapontados ao ver alguns membros da comunidade do entretenimento pedindo que Israel seja banido da competição por responder ao maior massacre de judeus desde o Holocausto. Sob o disfarce de milhares de foguetes disparados indiscriminadamente contra populações civis, o Hamas assassinou e sequestrou homens, mulheres e crianças inocentes", lê-se carta publicada pela Creative Community for Peace.