Apesar de não pertencer à Europa, Israel participa do Eurovision Song Contest desde 1973
Israel declarou que se retirará do Eurovision Song Contest deste ano se forem censurados pela organização. A cantora Eden Golan foi selecionada como representante de Israel para a edição de 2024 do concurso. Ela deve participar com a música "October Rain", cuja letra teria vazado no início da semana. Os versos da jovem de 20 anos fariam menção às vítimas do Hamas no ataque de 7 de outubro, incluindo um que diz: "Todos eram boas crianças, cada um deles".
A European Broadcasting Union (EBU), que organiza o concurso, respondeu dizendo que está "atualmente no processo de analisar as letras, um processo que é confidencial entre a EBU e a emissora até que uma decisão final seja tomada. Se uma música for considerada inaceitável por qualquer motivo, as emissoras têm então a oportunidade de apresentar uma nova música ou novas letras".
A emissora que transmite o concurso em Israel, KAN, devolveu: "Deve ser observado que, no que diz respeito à Corporação de Radiodifusão de Israel, não há intenção de substituir a música. Isso significa que, se não for aprovada pela European Broadcasting Union, Israel não poderá participar da competição, que ocorrerá na Suécia em maio".
O concurso tem sido boicotado após permitir a participação de Israel. Mais de mil artistas suecos, como Robyn, Fever Ray e First Aid Kit, assinaram carta que pede que o país seja excluído da competição por causa da guerra com a Palestina.
"O fato de países que se colocam acima da lei humanitária serem bem-vindos a participar de eventos culturais internacionais banaliza violações do direito internacional e torna o sofrimento das vítimas invisível", diz trecho da carta.
Por outro lado, personalidades como Sharon Osbourne, Gene Simmons e Boy George assinaram carta que vai na direção contrária e pede que Israel seja bem-vindo no Eurovision.
"Ficamos chocados e desapontados ao ver alguns membros da comunidade do entretenimento pedindo que Israel seja banido da competição por responder ao maior massacre de judeus desde o Holocausto. Sob o disfarce de milhares de foguetes disparados indiscriminadamente contra populações civis, o Hamas assassinou e sequestrou homens, mulheres e crianças inocentes", lê-se carta publicada pela Creative Community for Peace.