BEATLES

John Lennon ‘deveria ser interpretado por um anônimo’ nos cinemas, diz meia-irmã

Julia Baird criticou a escolha de ator para a cinebiografia de Sam Mendes e diz que preferia que ele nunca tivesse tocado guitarra

Daniela Swidrak (@newtango)

Publicado em 07/04/2025, às 16h48 - Atualizado às 18h48
John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr & George Harrison no filme Help, em 1965 - Screen Archives/Getty Images
John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr & George Harrison no filme Help, em 1965 - Screen Archives/Getty Images

A confirmação do elenco dos aguardados filmes sobre os Beatles, dirigidos por Sam Mendes, não agradou a todos — especialmente Julia Baird, meia-irmã de John Lennon. Em entrevista recente ao The Telegraph, ela comentou com franqueza sua insatisfação com a escolha de Harris Dickinson para viver o irmão nas telonas.

Dickinson, natural de Londres e conhecido por trabalhos como Babygirl, foi escalado para interpretar Lennon na cinebiografia que faz parte de um ambicioso projeto: quatro filmes individuais, cada um focado em um dos Beatles, com estreia prevista para abril de 2028. Os outros integrantes serão vividos por Barry Keoghan (Ringo Starr),Joseph Quinn (George Harrison) e Paul Mescal (Paul McCartney).

Para Julia, no entanto, algo essencial ficou de fora da equação: o sotaque. “É claro que deveria ser um scouser”, afirmou, referindo-se ao termo usado para os nascidos em Liverpool. “Ninguém consegue captar a entonação de Liverpool como quem nasceu lá. Ninguém.”

Ao ser perguntada se foi consultada por Mendes sobre o projeto, Baird foi categórica: “Ele jamais me procuraria. Sou a última pessoa com quem ele gostaria de conversar — porque, se o fizesse, não poderia inventar as coisas.”

Além das críticas, a meia-irmã do músico revelou um sentimento mais profundo: a ambivalência entre o orgulho e a dor de ser parte da história de uma lenda. “Ser irmã de John é um privilégio que nem consigo descrever. Mas, se pudesse escolher, gostaria que ele nunca tivesse visto uma guitarra.”

Segundo ela, a música o levou à fama — e, consequentemente, à morte trágica em 1980, quando foi assassinado por um fã obcecado, Mark David Chapman. “Talvez ele tivesse virado professor de arte. E ainda estaria aqui.”

Apesar da comoção entre fãs e da expectativa pelos filmes, a reação nas redes sociais já começou, e muitos se dividem entre empolgação e ceticismo. Mendes, por sua vez, promete transformar os quatro longas em um "momento maratonável do cinema" — uma proposta inédita para contar a história de uma das maiores bandas de todos os tempos.

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