Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil
Música / Rolling Stone Sessions

Karnak homenageia Eduardo Cabello em meio a sucessos e brincadeiras durante show

A banda participou do Rolling Stone Sessions na última quinta-feira, 20, em São Paulo, e homenageou guitarrista falecido em março deste ano

Karnak (Foto: Reprodução/Instagram)
Karnak (Foto: Reprodução/Instagram)

O Karnak se apresentou no Blue Note, em São Paulo, na noite da última quinta-feira, 21. Como de costume, os membros do grupo subiram ao palco usando acessórios na cabeça — desde chapéus e bonés até um capacete de ciclismo.

A setlist contou com faixas como "Universo Umbigo", "Zoo" e "Juvenar". O vocalista principal André Abujamra interrompeu as músicas algumas vezes para relembrar histórias do Karnak e homenagear Eduardo Cabello, guitarrista falecido em março deste ano. 

+++LEIA MAIS: Karnak: por dentro de um dos melhores álbuns de rock latino da história

"Hoje estou me sentindo muito emocionado porque é o primeiro show que a gente faz sem um dos guitarristas que faleceu, o Eduardo Cabello", afirmou no camarim do Blue Note, entre uma sessão de show e outra. "É um dia muito emocionante para a gente. Fora isso, eu sinto que o Karnak é uma comunidade, é uma grande família."

Eu sou do candomblé há mais de 23 anos. Tenho uma relação com a morte um pouco normal. Sei que a morte é uma coisa inevitável. Acredito em fada, em duende, em tudo. Eu acredito, com certeza, que o Cabellinho poderia estar assistindo a esse show aqui hoje, realmente, espiritualmente falando. Mas, se não existe isso — eu acho que existe —, acho que o Cabellinho ia achar muito bonito o show e com certeza ia querer tocar com a gente. - André Abujamra

Mano Bap, outro guitarrista, ainda ofereceu seu ponto de vista como quem já esteve ao lado dos fãs do Karnak, fora da banda: "O Karnak sempre fica à frente do seu tempo. Quando ninguém usava samples, essas bases gravadas, o Karnak usava, lá no começo".

A gente está à frente do nosso tempo mesmo — e isso não é convencimento, isso é estofo. Uma comunidade que vem, há 30 anos, fazendo som nas diferenças e continuando a existir é uma coisa muito bonita. - André Abujamra

Mano revelou que "houve um acidente": ao deixar o Rio de Janeiro para o show em São Paulo, Abujamra deu "a terrível notícia" de que as bases usadas para as apresentações do grupo foram perdidas. Tudo foi feito "na unha", por isso, Bap adiantou: "Venho falando para ele [André], há algum tempo, que a gente tem que começar a substituir as máquinas". 

A plateia recebeu música e diversão com a performance do Karnak. O guitarrista fez uma imitação bem convincente de um trombone usando a voz e as mãos, por exemplo.

Agora a gente está antecipando essa onda que é desmontar a artificialidade e entrar com a nossa experiência, porque a gente tem muita coisa para repassar aos jovens [risos]. - Mano Bap

Alguns dos melhores álbuns

Em 2012, o disco homônimo do Karnak, de 1995, foi eleito um dos 10 melhores álbuns de rock latino de todos os tempos. Ocupando a 7ª posição no ranking da Rolling Stone EUA, a banda ficou na frente de Manu Chao, Os Mutantes e Santana.

Pouco mais de uma década depois, o Karnak voltou a chamar a atenção da revista americana. No ano passado, Karnak ficou na 17ª posição de uma lista com 50 álbuns. Dessa vez, Os Mutantes (1968, na sexta posição) e Clube da Esquina (1972, no quarto lugar) não foram deixados para trás.

Sou filho do Antônio Abujamra. Meu pai falava assim: "O sucesso e o fracasso são impostores". É óbvio que, para a gente, é maravilhoso estar nesse lugar. Recebemos muita crítica, porque o Karnak não é uma banda tão conhecida assim para estar num lugar tão importante, mas a gente está, e isso ninguém tira da gente. - André Abujamra