O gigante do hard rock, Kiss volta com End of the Road World Tour, mas se preocupa com Covid-19 e estrutura do famoso meet and greet
Kiss voltará para Las Vegas. A banda de rostos pintados e salto alto anunciou 12 shows no Planet Hollywood Resort & Casino’s Zappos Theater a partir do dia 29 de dezembro de 2021. A residência se estende até fevereiro, com shows na virada do ano.
“Precisamos de um momento para respirar, mas em algum lugar onde faremos vários shows,” Gene Simmons, fundador e baixista do Kiss, aos 71 anos, disse à Rolling Stone EUA.
Será a primeira residência do Kiss desde 2014, quando ficaram no Hard Rock Hotel and Casino. Serão 12 shows, e os ingressos estão à venda desde o dia 20 de agosto para o público geral, com pré-venda para o fã clube Kiss Army no dia 17.
Além do anúncio da residência, Kiss se prepara para continuar End of the Road World Tour, em Mansfield, Ohio, nos EUA. Conversamos com o baixista sobre o futuro da banda após Las Vegas, como a pandemia impacta o meet and greet e o motivo de Simmons encorajar os fãs a se vacinarem contra a Covid-19.
Nota do tradutor: Kiss viria ao Brasil com End of the Road World Tour. Seriam seis shows em maio de 2020, mas precisaram ser adiados para 2022, em quatro datas até o momento. Veja todas as informações sobre a turnê.
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Qual a razão do Kiss estar de volta à Las Vegas para outra residência?
Há motivos para o coração e também para o bolso. É ótimo quando ambos estão lado a lado. Pagam bem, e isso é suficiente. Também é mais fácil para a banda porque não passamos pelo desgaste da viagem.
Como é a produção para a residência? É uma versão reduzida ou o mesmo show da turnê?
A resposta é "sim" para as duas perguntas, porque, quando tocamos em estádios, os shows são como Transformers. Dá para fazer o quão grande queremos. Os shows do Kiss são comentados desde antes de você nascer. Em qualquer lugar que haja um teto, precisamos redimensionar o fogo ou derrubaríamos o telhado, literalmente. Planejamos várias surpresas para Vegas, as quais ninguém viu. Estamos no meio do processo.
Depois de tocar em Dubai (Emirados Árabes Unidos) na virada do ano e em Nova York, em junho, para o Tribeca Film Festival, Kiss volta à estrada oficialmente em agosto. Como você planeja a turnê durante a pandemia?
Recomendo a todos tomarem duas doses da vacina, por favor - pelo resto de nós. Mesmo se você acredita que a Terra é plana, não é. O antigo presidente… Eu o conhecia antes de concorrer para o cargo. Foi um crime ele tirar a máscara e gerar tanta desconfiança, mesmo vacinado. Poderia no mínimo dizer: “Galera, tomei a vacina porque não quero morrer. Vocês deviam fazer o mesmo.” Não, nunca falou sobre. É altamente antiético. Então, quais são nossas alternativas? Toda a equipe dos shows deve estar vacinada com duas doses. Ninguém entra no backstage ou no palco sem usar máscaras e todos ficam a uma distância segura. Você precisa lavar as mãos e fazer tudo recomendado pelo CDC [sigla em inglês para Centro de Controle e Prevenção de Doenças]. Não ouça os políticos, não são qualificados. Ouça os cientistas.
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Falando em manter distância segura, uma das marcas do Kiss era o meet and great. Como vocês farão agora?
Bom, não faremos isso no backstage. Ninguém pode se aproximar ou subir no palco sem estar completamente vacinado e usando máscara. Pensamos em redomas de acrílico e ferramentas desse tipo, e a melhor conclusão, de forma segura para o público e banda, seria a passagem de som aberta. Por que não convidar os fãs para a passagem, fazer perguntas, tocar algumas músicas, como se saíssemos juntos, mas a uma distância segura. Os fãs chegarão, no máximo, a 30 metros de nós. Talvez seja uma experiência nova para eles, verem a realidade, o palco sem os truques de luz. Também podemos ter uma troca: “Ei, por que vocês não tocam ‘Hard Luck Woman’?” “Ok, galera, lembram dessa música? Então, vamos tocar.”
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Então, vocês aceitam sugestões?
Sim, mas melhor não fazer isso durante todo o meet and greet. Ou verão a gente tocar “Sugar, Sugar”, dos Archies.
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Alguns artistas exigem comprovante de vacinação para o público. Vocês consideram essa ideia?
Sim, mas os estados e cidades têm regras diferentes, não podemos impor isso. Pensamos muito sobre o assunto. Nos Estados Unidos, alguns dizem: “Tenho meus direitos,” e esperamos por decisões inteligentes dessas pessoas para termos ambientes mais seguros no final. Vale alertar: você não tem o direito de passar no farol vermelho, mesmo se for sua vontade. Deve parar, porque não é sobre você, cara. É sobre os carros vindo no outro sentido. Você não quer os colocar em perigo. Você não tem o direito de ficar em pé em um cinema e gritar: “Fogo!” Não é um problema gritar em um cinema onde realmente há um incêndio. Mas se estiver mentindo, é incitação ao tumulto. É quando você se torna um babaca.
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Antes da interrupção da turnê pela pandemia, David Lee Roth abria os shows. Agora, é Garibaldi, pintor performático. David não voltará?
Não. Mas vale mencionar, durante o auge, ninguém fez o mesmo feito por Dave. Ele era o maior vocalista. Nem Plant, nem Rod Stewart, ninguém. Ele elevou a posição de vocalista a outro nível. Não sei o que aconteceu depois e, agora, temos este Dave. Prefiro lembrar de Elvis Presley na melhor forma. Os lábios sarcásticos em Memphis, sabe, fazendo tudo aquilo. Não quero pensar no Elvis pelado e inchado no chão do banheiro.
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Você falou, no passado, sobre substituir os integrantes do Kiss, incluindo você, para a banda seguir. Os shows em Las Vegas seriam ideais para isso.
Você é muito esperto, muito esperto… Nós somos os quatro rostos mais reconhecidos na Terra. Eu sei, talvez - para os descrentes por aí - isso soe como se fôssemos exibidos, mas pense: sabemos da existência de uma monarquia na Suécia, ou seja, há um rei e uma rainha. Mas, apesar de sermos cultos, não temos ideia do nome ou dos rostos deles. Isso é curioso, pois todos sabem como o Kiss é na Suécia.
Então Vegas pode ser o lugar onde o Kiss começará uma transição?
Falando sobre isso… A ideia iria além da música. Como a maioria das produções de palco, há uma história. Então, o show do Kiss certamente incluiria um livro, uma história, um roteiro.
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A história da banda e a música podem ser contadas e tocadas além de vocês.
Simultaneamente ao redor do mundo.
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Como uma produção da Broadway?
Bom, mais próximo do Blue Man Group, mas com música.
Você começou a pintar durante a pandemia e, em outubro, fará uma exibição em Vegas. Seu colega de banda, Paul Stanley, também é um pintor ávido. Vocês comparam os trabalhos?
Não, definitivamente não. Eu só falei pra ele: “A pandemia está aí, vou brincar com algo. Nunca fiz isso antes.” Paul estudou. Tem sensibilidade com o pincel, e eu não. Por outro lado, não consigo ler ou compor, mas escrevo músicas. Não sei cozinhar, mas temos uma rede de restaurantes, dois em Los Angeles e outros pelo país. Não sei como o motor funciona em um caminhão, mas consigo dirigir.
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Um dos discos mais controversos do Kiss, Music From “The Elder” (1981), completa 40 anos em 2021. Como você vê essas músicas hoje?
A culpa é toda minha. Foi baseado em um roteiro meu chamado The Elder. Estava hospedado no Beverly Hills Hotel à época, e escrevi nos papéis do próprio hotel. Quando Bob Ezrin [produtor] voltou a trabalhar conosco, disse: “O que vocês têm para mostrar?” E respondi: “Estou desenvolvendo um filme chamado The Elder, uma fantasia mitológica que sempre me atraiu." Ele falou: “Ok, vamos fazer um disco conceitual, com músicas baseadas nas diversas premissas da história.” A decisão foi de Bob Ezrin. Olhando para trás, foi um erro interessante. Todos pensamos: “The Who é a ameaça e eles têm Tommy (1969). Por que não podemos ter The Elder? Os Beatles tiveram Sgt. Pepper (1967). Esse será o nosso.” Bom, não foi.
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Boa sorte na volta à estrada com a residência, Gene.
Também considero uma nova religião chamada Kiss-tianismo. Acha uma boa?
Parece bom. Quem vai ser Cristo?
Sem ser crucificado, assumo o trabalho - porque o salário é sem descontos e taxas.
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+++ CONFIRA TUDO SOBRE A BANDA 5 SECONDS OF SUMMER!