Shawn Mendes faz bom show, mas deixa Lollapalooza sem muitas novidades
Dono de sucessos como "Stitches e "Treat You Better", cantor canadense conseguiu cativar o público, mas repetiu fórmula dos shows anteriores
Por Rodrigo Tammaro
Publicado em 30/03/2025, às 02h15 - Atualizado às 09h31
Um dos artistas mais badalados do Lollapalooza Brasil 2025, Shawn Mendes fechou o segundo dia do festival com um show no Palco Budweiser neste sábado, 29.
A apresentação durou cerca de uma hora e dez minutos, tempo suficiente para o artista trazer uma performance morna, mas quente o bastante para deixar os fãs mais do que satisfeitos.
O canadense subiu no palco com um dos seus principais sucessos logo de cara: “There’s Nothing Holdin’ Me Back” foi a primeira música do show, mas já demonstrou que cantor seria recebido com euforia e o público o acompanharia em todas as canções. “São Paulo, como está? Muito obrigado e te amo”, disse ele, se aventurando no português.
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Esta é a quarta passagem do músico pelo país. Na primeira vez, em 2017, o artista tocou no Rock in Rio. Dois anos depois, em 2019, ele se apresentou em shows solo no Rio de Janeiro e em São Paulo. A última visita aconteceu em 2024, novamente no Rock in Rio e após dois anos de pausa para cuidar da saúde mental.
No Lollapalooza, o cantor buscou interagir com o público. Não precisava de muito; uma frase simples já era suficiente para despertar os gritos, especialmente do público mais jovem. Mais de uma vez a plateia puxou um coro de “Shawn eu te amo”, correspondido pelo artista também em vários momentos da noite.
“Isn’t That Enough” abriu a sessão de músicas do álbum Shawn (202) no setlist. Antes, ele avisou que cantaria músicas do disco mais recente. Como se fosse fazer diferença; o público cantou as faixas mais novas com a mesma intensidade que cantou os grandes sucessos.
A próxima da lista foi “Heart of Gold”, que contou com um breve discurso do artista antes da apresentação. Shawn Mendes disse que essa é sua música favorita do último álbum e explicou que ela envolve a história de um amigo de infância que morreu quando o artista tinha 18 anos, após eles terem se afastado por conta dos compromissos como cantor.
Sabendo da história íntima, os fãs mais assíduos planejaram, com alguma antecedência, uma homenagem com balões amarelos erguidos na plateia. A iniciativa foi interessante e trouxe um charme para o show, mas não teve a adesão que poderia.
Na primeira das três vezes que foi para a galera, Shawn voltou ao palco com um chapéu cintilante e uma bandeira do Brasil, que ele cuidadosamente pendurou em um dos instrumentos.
Em “Youth”, que o cantor revelou ser uma das mais marcantes para ele entre as apresentações ao vivo, o canadense trouxe no telão um clipe com imagens gravadas na América do Sul. Na sequência, ele convidou artistas brasileiros para embalar um cover de "Mas que nada", de Sergio Mendes.
Incluir um pouco da música local na apresentação é um hábito. No Lollapalooza Chile, ele cantou “Gracias a la vida”, da chilena Violeta Parra. No Brasil, no entanto, repetiu a mesma música que apresentou no Rock in Rio em 2024. Talvez pudesse ter pensado em uma homenagem diferente.
Shawn Mendes ainda tocou uma versão acústica do hit “Stitches” antes de encerrar com mais uma troca de abraços com o público das primeiras fileiras e uma cativante queima de fogos em “In My Blood”.
As últimas edições do festival levantaram discussões sobre o line-up. Um internauta, por exemplo, comentou que o Lolla cresceu trazendo como artistas principais as bandas de rock emergentes, mas passou a investir em cantores pop e solo.
As listas de atrações é passível de críticas. Assim como o artista, que repetiu a fórmula de outros shows no país e pecou ao perder a oportunidade de trazer algo diferente. Mas no Lollapalooza Brasil 2025, Shawn Mendes foi mais que um cantor pop solo. Foi um artista acompanhado por milhares de vozes.
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