Lorde diz que Solar Power não a representa: ‘Percebi que isso não era eu’
Cantora falou sobre identidade artística, criação do novo álbum e refletiu sobre o impacto de seu disco anterior
Aline Carlin Cordaro (@linecarlin)
Lorde declarou que seu álbum Solar Power (2021) não reflete quem ela é artisticamente. Em entrevista ao podcast Therapuss with Jake Shane, a cantora falou sobre o processo de criação do disco e como ele a ajudou a reencontrar sua identidade.
“Amo Solar Power e realmente precisava fazer esse álbum. Eu não estaria aqui com um novo disco se não tivesse feito Solar Power. Mas ele me mostrou que você não tem escolha a não ser ser quem você realmente é”, disse.
“Me esconder e me tornar toda etérea… Eu pensei: ‘na verdade, acho que isso não sou eu’.”
O disco, com sonoridade mais leve e influências acústicas, surgiu após a exaustiva turnê de Melodrama (2017), que Lorde descreveu como intensa:
“Foi muito louco fazer a turnê de Melodrama. Achei tudo muito intenso, todas as noites aquele ambiente de música muito carregada. Eu só queria algo leve e fácil depois disso. Foi legal.”
Em entrevista anterior à Rolling Stone, Lorde — cujo nome real é Ella Marija Lani Yelich-O’Connor — explicou que o álbum também foi inspirado por uma viagem à Antártica, onde teve contato com pesquisas sobre mudanças climáticas e chegou a observar baleias de helicóptero. A experiência a afastou da cultura digital e da pressão das redes:
“Voltei com a certeza de que meu foco precisava estar no mundo exterior. Era algo muito mais fascinante do que meu celular, a cultura de celebridade ou a cultura pop haviam se tornado para mim.”
“Uma das coisas que começam a acontecer quando você tem uma comunidade é que vocês passam a se mover como um só, de certa forma. Eu honestamente não acho que teria conseguido fazer isso há quatro anos — era como estar em um redemoinho.”
Lorde se prepara agora para lançar seu novo álbum, Virgin, previsto para 27 de junho. O trabalho já foi apresentado com os singles “Man Of The Year” e “What Was That”, e irá explorar temas como identidade de gênero, distúrbios alimentares e renascimento artístico.
“Minha identidade de gênero ficou muito mais expansiva quando eu dei mais espaço para o meu corpo”, disse.
“Alguns dias eu sou mulher, outros eu sou homem. Sei que não é uma resposta muito satisfatória, mas há uma parte de mim que resiste a encaixar isso em uma caixinha.”
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