Mãe do cantor, morto há mais de 30 anos, contou à Rolling Stone Brasil que está trabalhando em diferentes projetos para homenagear o legado do filho
Mãe do saudoso Cazuza, dona Lucinha Araújo nunca deixou de pensar no filho, um dia sequer, nos mais de trinta anos após a sua morte. Vítima de complicações causadas pela AIDS, em um período em que a doença ainda existia em uma área cinza e os tratamentos não eram tão eficazes quanto os que existem hoje em dia, o cantor morreu em julho de 1990, mas seguiu vivendo através de sua obra e o seu legado, preservado com carinho pela mãe.
Como mais uma forma de celebrar a importância do artista para a cultura brasileira, a Coca-Cola dedicou um de seus Foodmarks ao artista. Parte de uma experiência realizada globalmente, esses pontos gastronômicos prometem levar pessoas a viajar no tempo e reviver grandes momentos na história marcados por cultura, culinária e, é claro, Coca-Cola.
No caso do eterno poeta, o programa envolve noites regadas a pizza e muita música no Baixo Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A experiência foi revivida por fãs de Cazuza no último dia 29 de fevereiro e contou com a presença de dona Lucinha Araújo, que conversou com a Rolling Stone Brasil, "a revista de cabeceira do Cazuza", segundo a própria, e nos entregou detalhes sobre projetos futuros para a obra do filho, incluindo um disco de inéditas na voz de Jão, fã declarado do artista, que foi escolhido para realizar um pocket show em homenagem ao Cazuza no evento.
Segundo dona Lucinha, há alguns projetos em andamento para celebrar a vida e a obra de Cazuza em 2024. Previstos para maio estão os lançamentos de dois livros: a fotobiografia "Eu Protegi Teu Nome por Amor", batizada com um trecho de Codinome Beija-Flor, um dos maiores sucessos do artista, e que promete levar os fãs por uma viagem por toda a vida do Cazuza; e "Meu Lance é Poesia", que reúne mais de 20 textos inéditos escritos pelo poeta e organizados em parceria com o escrito Ramon Nunes Mello.
Porém, um dos maiores desejos de dona Lucinha é tirar canções inéditas do filho, que preservou por todos esses anos, do papel: "Eu tenho umas 30 músicas inéditas, letras inéditas, e quem sabe alguém pode musicar", revelou, acrescentando que Jão é a principal escolha para realizar esse desejo:
"Não tem pessoa melhor indicada do que ele. Ele conhece a obra do Cazuza toda. Eu até gostaria que ele gravasse... Ele está querendo gravar um disco só com músicas inéditas do Cazuza. Quem sabe a gente consegue isso, não é? Se for da minha vontade e da dele, vai acontecer", acrescentou.