ARRECADAÇÃO

Mercado fonográfico brasileiro bate recorde e supera os R$ 3 bilhões; saiba mais

Relatório Mercado Brasileiro de Música, divulgado pela Pro-Música, indica força do streaming e alta do vinil no segmento de formatos físicos

Redação

Publicado em 19/03/2025, às 15h25
Setor reafirma a importância na economia criativa do país (Foto: Freepik)
Setor reafirma a importância na economia criativa do país (Foto: Freepik)

O mercado fonográfico brasileiro ultrapassou os R$ 3 bilhões em arrecadação no último ano. Essa é a primeira vez na história que a marca é superada, consolidando a importância do setor na economia criativa do país. Em 2024, o faturamento total da indústria musical foi de R$ 3,486 bilhões, um crescimento de 21,7% em relação ao ano anterior.

Os dados fazem parte do relatório anual Mercado Brasileiro de Música, divulgado pela Pro-Música, entidade que representa as principais gravadoras e produtoras do País. A íntegra do documento está disponível no site da Pro-Música ou através deste link.

Com o desempenho, o Brasil manteve-se na 9ª posição entre os maiores mercados do mundo, no ranking global da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). Mais uma vez, o crescimento foi impulsionado pelo avanço do streaming, que corresponde a mais de 99% do total de vendas físicas e digitais e cerca de 87% das receitas totais do setor. Nas plataformas digitais, o faturamento foi de R$ 3,055 bilhões, um aumento de 22,5% em comparação a 2023. 

No cenário global, o relatório internacional do IFPI, Global Music Report, divulgado nesta quarta-feira, 19, indica que a indústria mundial de música gravada cresceu 4,8% em 2024, também impulsionada pelo streaming. Os números do IFPI mostram que as receitas totais no mundo no último ano foram de US$ 29,6 bilhões. O faturamento do streaming de áudio por assinatura aumentou 9,5%, alcançando 752 milhões de usuários de contas de assinatura pagas, ao final do último ano.

Já no Brasil, as assinaturas em serviços como Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, Napster e Amazon Music somaram R$ 2,077 bilhões, representando um salto de 26,9% no período. As receitas geradas por streaming remunerado por publicidade cresceram 8,3%, chegando a R$ 479 milhões. Enquanto isso, os vídeos musicais interativos, financiados exclusivamente por publicidade, movimentaram R$ 499 milhões, um crescimento de 20,3%.

Além do streaming, o relatório da Pro-Música também aponta um aumento expressivo na arrecadação de direitos conexos de execução pública para produtores, artistas e músicos, que somaram R$ 386 milhões, alta de 14,9% em relação ao ano anterior. As receitas de sincronização – uso de músicas em publicidade, filmes e séries – tiveram um crescimento ainda mais acentuado, com avanço de 36% e arrecadação de R$ 19 milhões.

Embora represente uma fatia pequena da indústria atual, o mercado físico também registrou alta em 2024. O segmento atingiu R$ 21 milhões, um crescimento de 31,5%, e alcançou o maior patamar desde 2017. O grande responsável por esse crescimento do mercado físico foi o vinil, que consolidou sua posição como o formato físico mais comercializado no país. Com um faturamento de R$ 16 milhões e alta de 45,6%, o vinil reafirma sua relevância entre colecionadores e amantes da música de todas as idades.

Os números divulgados pela Pro-Música confirmam uma tendência observada nos últimos anos: o crescimento contínuo da indústria fonográfica brasileira. O setor mais que triplicou seu faturamento desde 2018, refletindo a adaptação do mercado às novas formas de consumo de música e o fortalecimento das plataformas digitais como principal canal de distribuição. O relatório destaca que o Brasil se mantém acima da média global em crescimento, enfatizando o papel central do setor fonográfico na economia digital.

O setor fonográfico brasileiro seguiu crescendo em 2024, em ritmo ainda maior que o verificado nas estatísticas de 2023, apesar de um quarto trimestre turbulento, com a disparada do dólar naquele momento e o aumento das perspectivas de inflação, etc. O fato é que a disponibilização de quase 200 milhões de gravações musicais nas principais plataformas de streaming musical a um preço acessível e com funcionalidades cada vez mais interessantes para os consumidores brasileiros têm demonstrado que o modelo ganha cada vez mais popularidade no Brasil, até em ritmo mais acelerado que em vários dos principais mercados de música gravada no mundo”, disse o presidente da Pro-Música Brasil, Paulo Rosa

“Bom destacar ainda que, das mil gravações mais acessadas no streaming musical brasileiro, nada menos que 76% é de música brasileira”, continuou.

Já o Diretor Financeiro e de Novos Negócios da entidade, Eduardo Rajo, ressaltou que o desempenho reforça a posição do mercado fonográfico como um dos mais dinâmicos do mundo e demonstra que a música nunca foi tão acessível aos fãs.

“As gravadoras desempenham um papel estratégico nesse cenário, buscando adaptar-se aos enormes avanços tecnológicos, que trazem tanto oportunidades quanto desafios, investindo continuamente em seus artistas, em novas tecnologias para criação de novas possibilidades e em novos formatos de monetização que beneficiam toda a cadeia produtiva da música. Com a consolidação do mercado digital, especialmente o streaming, o setor segue bem posicionado para um crescimento ainda mais robusto nos próximos anos.”

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