O hábito diário que mostrava como Michael Jackson era diferenciado
Steve Porcaro, tecladista do Toto, trabalhou com o Rei do Pop na gravação de Thriller e relembra uma curiosidade que diz muito sobre o artista
Guilherme Gonçalves (@guiiilherme_agb)
Tanto pelo sucesso de Toto IV (1982) como pelas habilidades que tinham com seus instrumentos, os integrantes do Toto eram músicos de estúdio requisitados no início da década de 1980. O tecladista Steve Porcaro, por exemplo, tocou com Pink Floyd, Steely Dan, Paul Simon, Yes e Diana Ross, entre outros — além, claro, de Michael Jackson.
Sua contribuição mais famosa foi em Thriller, clássico de Jackson e reconhecido como o álbum mais vendido de todos os tempos. Porcaro cuidou dos sintetizadores em diversas faixas e ainda foi coautor de “Human Nature”.
Como vários outros músicos também relatam, a convivência com o Rei do Pop foi de grande aprendizado e impressionou Steve Porcaro.
Em recente entrevista ao site Music Radar, o tecladista recordou um hábito diário que MJ tinha e que logo de cara mostrou que ele era um artista diferenciado, aos olhos de Porcaro:
“Todos os dias, às 16h, Michael agendava uma aula de canto. Mesmo tendo acabado de completar uma performance vocal incrível no que se tornou o álbum mais vendido de todos os tempos, Michael ainda estava ansioso para se esforçar… para ir mais longe.”

Além de Thriller, Steve Porcaro também trabalhou em outros três discos de Michael Jackson: Off the Wall (1979), Bad (1987) e Dangerous (1991).
Posteriormente, ele coescreveu outras músicas com o Rei do Pop, como “Chicago 1945”, “Dream Away” e “For All Time”.
O profissional Michael Jackson
Em entrevista ao mesmo Music Radar, Orianthi, guitarrista que tocaria na turnê final do artista — This is It, cancelada porque ele faleceu antes do início da temporada — contou como era a ética de trabalho do Rei do Pop nos ensaios e o quanto ele era meticuloso. Ela disse:
“Ele era tão perfeccionista, atento aos detalhes, em cada detalhe. Era bem louco, porque mesmo quando se tratava do timbre da minha guitarra, ele perguntava: ‘Você poderia tentar um amplificador diferente? Talvez tente este.’ Ou algo assim. Não que eu não achasse que ele prestaria tanta atenção, mas ele realmente estava em sintonia com cada parte de cada música, e ele sabia tudo.”
Segundo ela, Michael Jackson tinha conhecimento de causa para opinar até mesmo sobre o timbre de guitarra a ser usado:
“Eu tinha que realmente estar pronta para isso e mudar as guitarras e os timbres.”
Ela acrescenta, citando também o quão grandioso seria a turnê This is It, caso tivesse sido concretizada:
“Ele foi um dos maiores showmen do planeta. Ele me ensinou a ser uma artista melhor, e havia muitos aspectos em que tudo era coreografado, como correr para encontrá-lo com o vapor saindo do chão e tudo mais.”
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