Vocalista dos Rolling Stones também comentou sobre possibilidade de sua banda realizar turnês com hologramas
Publicado em 12/10/2023, às 14h00
Ainda que inicialmente facilitem o acesso à música, as plataformas de streaming dividem opiniões por uma série de outros fatores. Seja por substituir formas mais celebradas por entusiastas de se consumir esta arte (como CDs e discos de vinil) ou pelos artistas protestarem bastante a respeito dos valores pagos por seus trabalhos, aplicativos como Spotify, Deezer, Apple Music e Amazon Music não são unanimidade entre os fãs.
Porém, Mick Jagger parece ter uma opinião bastante positiva a respeito disso. O vocalista dos Rolling Stones abordou o assunto em entrevista à CBC(via site Igor Miranda) e se mostrou bastante aberto ao streaming, especialmente em função da facilidade que ele oferece.
Inicialmente, o astro refletiu sobre como o mercado fonográfico está diretamente atrelado ao avanço tecnológico. Não só para quem produz música, mas para quem a consome também.
“Como o negócio fonográfico é amparado pela tecnologia, ele nunca permanece o mesmo. Quando começamos, os singles eram o principal atrativo. Álbuns de artistas pop não vendiam, apenas os de shows. Só Frank Sinatra conseguia vender álbuns. Até que, de repente, os Beatles apareceram e começaram a vender álbuns pop. Foi uma grande mudança. Então veio a revolução do CD. Todo mundo jogou fora seus LPs e comprou versões em CD. Aí chegaram fitas cassete, isso mudava o tempo todo, depois voltando para o vinil.”
Então, com a chegada do streaming, tudo mudou. Mesmo. E na visão de Jagger, para o bem. O cantor disse que agora tem acesso a discos que ele próprio tinha dificuldade no passado.
“O streaming é muito difamado, mas o interessante é que pessoas de todas as gerações podem acessar músicas de todos os períodos. Antes, se eu quisesse comprar um disco de blues de 1955, era muito difícil. Tinha que fazer o pedido pelo correio ou ir a uma loja especializada, mesmo tendo muito dinheiro. Agora posso simplesmente acessar logo ali. Então, o que isso significa? Bem, significa que crianças de 16 anos podem acessar tudo o que quiserem.”
Em outra entrevista, agora ao Wall Street Journal(via site Igor Miranda), Mick Jagger se mostrou ainda mais “pra frentex” ao comentar que não se opõe a uma turnê dos Rolling Stones com hologramas, feita de forma póstuma. O tópico foi introduzido após uma menção ao Abba, que tem feito o espetáculo virtual “Voyager” — mesmo com todos os integrantes ainda vivos.
“Dá para ter um negócio póstumo agora, né? Dá pra fazer uma turnê póstuma. A tecnologia avançou desde o negócio do Abba, que eu estava pra ir, mas acabei perdendo.”
Em seguida, a voz de “Satisfaction” e de tantos outros hits destacou o pioneirismo dele e de seus colegas em outro formato de espetáculo: turnês em arenas e estádios.
“Uma das coisas que mais tenho orgulho, com os Stones, é que fomos pioneiros de turnês de arenas, com nosso próprio palco, nosso próprio som e tudo, e fizemos o mesmo com estádios. Digo, ninguém fazia turnês só de estádios.”
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.