Cantora está há quase uma década sem realizar uma sequência mais longa de shows; decisão é consciente
Assim que estourou com o seriado Hannah Montana, na segunda metade dos anos 2000, Miley Cyrus deu início a uma carreira musical bastante produtiva, especialmente no que diz respeito a shows. O período inicial de sua trajetória solo após o fim da série, marcado pela chamada era Bangerz, também se deu dessa forma: a Bangerz Tour, realizada ao longo de 2014, contou com 78 apresentações em um período de oito meses.
Depois disso, a artista não fez mais turnês longas. Para se ter ideia: desde a última passagem pela América do Sul, com direito a apresentação no Lollapalooza Brasil, em março do ano passado, Cyrus subiu a um palco diante do público apenas duas vezes, uma delas no festival Corona Capital, no México, em novembro, e a outra no seu evento de Réveillon, obviamente no último dia de 2022.
Há motivos. Miley não gosta de realizar turnês e disse em entrevista à British Vogue que considera nunca mais excursionar novamente. Ela chegou a brincar que a pausa de quase nove anos desde sua última longa tour parece, na verdade, como “um minuto”.
“Depois do último show [em grande arena em uma turnê] que fiz [em 2014], eu meio que olhei para isso mais como um questionamento. E eu não consigo. Não apenas ‘não consigo’ porque nesse caso falo de capacidade, mas é o meu desejo. Quero viver minha vida em prol do prazer ou realização de outra pessoa que não seja a minha?”
Hoje com 30 anos, Miley Cyrus apresentou durante a entrevista um ponto de vista pouco ortodoxo com relação ao ato de se apresentar ao vivo. A cantora deixou claro que não gosta de realizar shows para grandes plateias.
“Cantar para centenas de milhares de pessoas não é realmente o que eu amo. Não há conexão. Não há segurança.”
Toda a estratégia promocional de Cyrus nos dias de hoje pode ser considerada pouco convencional. A artista concede poucas entrevistas e praticamente divulgou seu novo disco, Endless Summer Vacation, apenas por meio de suas redes sociais e pelo trabalho de sua gravadora. Nada de aparições públicas e, especialmente, nada de shows.
Isso não impediu que o álbum, oitavo de sua carreira solo, fosse um sucesso: além de bater recordes nas plataformas de streaming, o material chegou ao topo das paradas de nove países, incluindo Reino Unido e Austrália. Nos Estados Unidos, seu principal single, “Flowers”, passou oito semanas na primeira posição do ranking da Billboard. Até mesmo no Brasil as marcas foram expressivas, já que a artista ganhou disco de ouro por ter batido as 20 mil cópias vendidas.