Visando ampliar seus horizontes, novo trabalho da banda alemã apresenta conteúdo lírico vasto e músicas revigoradas
Dançando sob as sombras do gothic rock, o grupo alemão Mono Inc. mostra uma força e resiliência bastante salutar. Com duas décadas de estrada e mais de uma dezena de álbuns lançados, o quarteto segue chamando atenção do público das mais diversas gerações, com seu som soturno e cativante. Um exemplo disto é o mais recente trabalho de estúdio Ravenblack (2023).
A sua história remete aos anos 2000, quando o então baterista Martin Engler resolveu assumir o posto de vocalista, lançando assim o segundo álbum, Temple of the Torn(2013). A partir daí, começaram a soltar diversos trabalhos, chegando ao ponto de alcançar o primeiro lugar nas paradas da Alemanha, com The Book of Fire (2020).
Desde 2022, vinha presenteando os fãs com diversos singles, onde traziam temas variados: perseverança em alcançar seus objetivos – “At The End of a Rainbow” e “Empire” –, e de amor em “Lieb Mich” e “Princess of the Night”.
Assista o clipe oficial de “Princess of the Night”
Temas mais densos também são abordados, revelando mais da personalidade de Engler. Um tom político surge em “After Dark”. “Não acho que sejamos uma banda política, mas eu tenho 51 anos e já andei muito por aí. Tenho minha opinião sobre as coisas. Além do mais, estou muito velho para escrever apenas músicas bestas sobre qualquer bobagem sem conteúdo”, comenta o vocalista.
A importância das letras na obra do Mono Inc. é fundamental nessa engrenagem. “As letras em Ravenblack (2023) são a essência do que tenho pensado nos últimos dois anos. Tudo ali é verdade e me representa 100%. Se você ouvir atentamente, verá como eu penso”, desabafa.
Um destaque deste disco é o fato de o som estar cada vez mais orgânico, sem perder as características principais da personalidade do conjunto. A pandemia acabou se tornando crucial.
“Não fiz nada relacionado à música naquele período. Nos mudamos para Portugal e passei a maior parte do tempo na praia, com meu filho e esposa. Fiquei longe de tudo por quase dois anos e isso foi muito revigorante. Quando voltamos para a Alemanha, eu estava cheio de ótimas ideias. Começamos a compor em março e acho que o finalizamos em maio, incluindo a produção. Foi muito rápido”, conta.
Este décimo segundo álbum foi gravado pelos membros originais: Martin Engler (vocal), Carl Fornia (guitarra), Katha Mia (bateria), e Val Perun (baixo).
“Eu era roadie de uma banda que estava tocando antes de entrar. Quando eu os via, era um espetáculo emocionante. Foi um grande salto, chocante e surpreendente, no bom sentido. Trabalhar com eles no palco é maravilhoso”, se empolga Perun.
Um ponto que é uma constante na carreira da banda, é ter músicas em alemão. Ravenblack (2023), não foge à regra, e Martin explica. “Eu diria que somos uma banda de língua inglesa. Mas, por exemplo, quando criamos o riff de ‘Lieb Mich’, a primeira coisa que me veio à cabeça foram versos em alemão. Parece que o universo quer que eu escreva uma música assim. Ouvimos nossos corações e fazemos o que parece certo. O mais importante é gostarmos do álbum, pois teremos que viver com ele pelo resto de nossas vidas”.
O Mono Inc. agora se prepara para pegar a estrada mais uma vez. Eles começam a divulgação do novo trabalho com uma extensa turnê pela Europa, tendo como bandas convidadas o Storm Seeker e Sanz.
“Começaremos em abril com apresentações pela Alemanha. Depois tocaremos em festivais de verão e, então, seguimos para o resto do continente, entre setembro e outubro. Iremos para a Grã-Bretanha, Polônia, Escandinávia, Suíça, República Tcheca, Suíça e França. Acho que será algo em torno de 50 shows”, explicam o vocalista e o baixista.
Porém, o território europeu não é o único objetivo. O grupo prepara sua primeira visita à América do Sul, para encontrar seus admiradores. A julgar por Ravenblack (2023), esta ideia está em franca expansão.
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