Cantor volta a sinalizar que álbum Bonfire of Teenagers não será disponibilizado: “manifeste uma opinião e você será preso”
Publicado em 19/11/2024, às 17h51
Morrissey voltou a falar sobre estar impossibilitado de lançar músicas novas. O vocalista ex-Smiths alega sofrer uma censura, tendo sua “liberdade de expressão” cerceada.
O assunto foi abordado em meio a um show no Performing Arts Center, em Nova Jersey, Estados Unidos, na última quarta-feira (13). Na ocasião, registrada pela Asbury Park Press, o cantor chegou a dizer que a manifestação de opiniões é “criminalizada” na Inglaterra.
Como vocês sabem, ninguém mais lançará minhas músicas. Sou um dos principais expoentes da liberdade de expressão. Na Inglaterra, pelo menos, isso agora é criminalizado. Você não pode falar livremente na Inglaterra. Se você não acredita em mim, vá lá: expresse uma opinião e seja preso. É muito, muito difícil.”
Embora o comentário não tenha sido tão claro, imagina-se que Morrissey se refira ao álbum Bonfire of Teenagers, engavetado pela Capitol Records após sua gravação entre 2020 e 2021. Em abril, foi noticiado que o vocalista adquiriu os direitos desse disco e de outro, World Peace is None of Your Business, também inédito.
A canção também chamada “Bonfire of Teenagers” teria sido o motivo pelo qual a Capitol desistiu de lançar o álbum. A letra da faixa faz referência ao ataque terrorista na Manchester Arena, durante um show da cantora pop Ariana Grande, em 22 de maio de 2017. O incidente provocado por um homem-bomba causou pelo menos 22 mortos e a hospitalização de outras 112. O Estado Islâmico declarou ter sido o responsável.
Como a música tem sido tocada ao vivo, o público já conhece os versos da composição, sobre uma fã que é “vaporizada”. Em trecho final, Morrissey chega a cantar “Go easy on the killer” (“Pegue leve com o assassino”), que seria um comentário sobre o sistema de justiça britânico, mas pegou mal. Mesmo assim, o artista se recusou a retirar a faixa e mudar o nome do disco, gerando um entrave com a Capitol — chamada de “fascista” por ele.