Com show inédito no NandoVerso na quarta-feira, 31, Nando Reis comentou a mistura de sua arte com tecnologias de realidade virtual
Pamela Malva Publicado em 31/08/2022, às 13h00
Em uma sala no metaverso, jornalistas de todo o Brasil aguardavam pela chegada de um dos maiores compositores do país, na tarde da última terça-feira, 30. Na grande tela do cinema digital, então, Nando Reis surgiu sorridente, com uma camisa xadrez e cercado por plantas.
Era, de fato, uma experiência inédita. Sentado em um sofá laranja, o artista estava pronto para uma coletiva de imprensa totalmente imersa no NandoVerso, o metaverso criado pelo cantor. Um verdadeiro banho de modernidade “para quem começou com o mimeógrafo, xerox, jornais impressos e coletivas presenciais”, segundo o próprio Nando brincou.
Acontece que, após criar a Nando Reis Wallet, uma carteira digital com NFTs e programas de recompensas, o compositor anunciou que realizaria um show especial no NandoVerso, de forma virtual, diretamente de Porto Alegre, com a banda que, há 22 anos, gravou o disco Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro ao seu lado.
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Programado para esta quarta-feira, 31, o show também serviria como uma comemoração pelo lançamento do álbum em vinil. “Gostei de juntar a Wallet com o lançamento do Para Quanto em LP. Pra mim esse é o barato”, revelou Nando, durante a coletiva.
Eu sou um fazedor de discos. O LP ainda é um objeto de fascínio, o som é magnífico e é uma experiência multisensorial. Estou muito feliz que o álbum agora está ganhando essa forma, que é a nobreza das artes, que junta a música com as artes plásticas. Não tem nada melhor que isso.”
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Além da experiência multisensorial dos discos de vinil, entretanto, Nando Reis e sua equipe também têm apostado no multiverso para atingir ainda mais fãs. Por isso, inclusive, o show de Porto Alegre será transmitido exclusivamente no ambiente digital.
É maluco, porque não existe o contato direto, nem presencial, mas acho incrível que uma pessoa possa ver o show único que vou fazer em Porto Alegre de qualquer lugar. Eu adoro fazer isso, tenho um pouco de aflição de não ver as pessoas, mas tem muitos ganhos.”
O show realmente poderá ser acompanhado de qualquer lugar do mundo através do NandoVerso, cujo acesso é garantido para os membros da Wallet que comprarem o NFT “NandoVerso Experience”, por 5 dólares. Inédita, a apresentação contará com o baterista Barret Martin, o baixista Fernando Nunes, o guitarrista Walter Villaça, o tecladista Alex Veley e Peter Buck, o co-fundador da banda R.E.M.
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Para Nando Reis, que, durante a coletiva, deixou claro que não fala sobre os LPs com saudosismo ou de forma conservadora, o NandoVerso e a Wallet trouxeram consigo uma democratização bastante necessária. Ainda assim, as novidades não têm um verdadeiro impacto na forma como ele faz e continuará fazendo sua arte.
Desde o começo da carreira, todo o processo, tudo aquilo que me interessa não é alterado, nem afetado por nada disso. No final, são pessoas, juntas, com seu instrumento e sua composição em busca de uma criação, que pode ser inspirada, que perpetue, permaneça, ou algo mais efêmero, cujo propósito seja a diversão. Há a transformação que a Era Digital promove, mas, pra mim, não muda em nada, porque tudo que eu faço bate no violão, o mesmo que eu tenho desde os 17 anos.”
Durante a coletiva, Nando ainda comentou sobre suas novas parcerias, citando uma das mais recentes, com o cantor Jão. “Me intrigam os fenômenos, é sempre fascinante saber de onde surgem”, comentou o compositor, pouco antes de elogiar o artista.
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Ouvi a música dele [de Jão] e foi um pouco de intuição, porque eu mal imaginava a beleza do nosso encontro. E, com a maneira que ele cantou a música, eu presenciei um cantor de altíssima qualidade. Quando ele cantou minha música, me encantou. É um dos duetos mais bonitos que eu fiz. Ele me conquistou depois que eu o conheci.”
Por fim, pontuando que ainda não sabe quais serão os próximos lançamentos do NandoVerso, Nando Reis falou sobre os bastidores de suas produções. “Posso até falar de processo, mas não garante nada, ele vem de uma coisa meio mágica, meio misteriosa”, afirmou. “Entre o que eu faço e o que acontece com o que eu faço, eu nunca tive controle e nem pretendo ter. Porque somos bilhões de pessoas diferentes e a arte trata exatamente disso.”
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