O álbum que ajudou Marianne Faithfull a dar a volta por cima
Anos antes de lançar disco que redefiniu a carreira musical, Marianne Faithfull estava sem-teto e enfrentava problemas com drogas
Felipe Grutter (@felipegrutter)
Publicado em 30/01/2025, às 17h40
Apesar de ser uma cantora e atriz com grande reconhecimento no cenário da música mundial, Marianne Faithfull, que morreu nesta quinta, 30, aos 78 anos, viveu no limite por anos, com problemas de abuso de drogas, anorexia e falta de moradia. Porém, o disco de estúdio Broken English (1979) a ajudou bastante a dar a volta por cima.
Nos anos 1970, época na qual tinha recém-terminado com Mick Jagger, icônico integrante dos Rolling Stones, e perdido a guarda do filho, ela sofria de dependência de cocaína e passou a morar nas ruas de Londres, Inglaterra.
Gravado entre maio de julho de 1979 e lançado no dia 2 de novembro do mesmo ano, este foi o sétimo álbum de estúdio dela. Sucessor de Faithless (1978), o trabalho contou com músicas como "Broken English," "Witches' Song," "The Ballad of Lucy Jordan" e "Working Class Hero."
A artista tentou retornar à música ao lançar o disco Dreamin' My Dreams (1976), mas não obteve tanto sucesso. Então, começou a trabalhar com Barry Reynolds, responsável por produzir demos de "Broken English" e "Why D'Ya Do It?". Ambas faixas chamaram atenção de Chris Blackwell, que a contratou para a gravadora Island Records.
Então, nascia o clássico Broken English
Com fusão de rock, new wave, blues, dance e punk, Broken English representou uma grande mudança na carreira de Faithful, que estava mais madura e com uma voz mais áspera e grave - muito por conta do fumo excessivo de cigarros. Nas gravações, realizadas no Matrix Studios, em Londres, ela contou com apoio de Steve York (baixo), Terry Stannard (bateria) e Barry Reynolds e Joe Mavety (guitarras).
Quando as gravações foram concluídas, Marianne Faithfull quis dar uma pegada mais moderna e eletrônica e chamou Steve Winwood para comandar os teclados. Inclusive, o sétimo disco de estúdio é amplamente elogiado por público, fãs e crítica especializada. Inclusive, a própria Faithfull o descrevia como a "obra-prima" dela.
O sucesso comercial de Broken English
Broken English foi destaque e o primeiro disco da cantora a figurar nas paradas dos Estados Unidos desde Go Away from My World (1965). Além disso, Faithful foi reconhecida pela primeira vez no Grammy, sendo indicada a Melhor Performance Vocal Feminina de Rock. O disco ainda atingiu paradas em países como Reino Unido, França, Alemanha e Nova Zelândia.
Ao todo, foram vendidas mais de 1 milhão de cópias pelo mundo. Incluído no livro 1001 Álbuns que Você Deve Ouvir Antes de Morrer, o trabalho ainda apareceu na lista dos "500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos," do NME.
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