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Música / METAL

O antigo disco de Max Cavalera que soa mais relevante agora, segundo o próprio

Trabalho citado pelo vocalista e guitarrista, notório por ter integrado o Sepultura nos anos 1980 e 1990, é "quase profético" em sua opinião

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 06/12/2024, às 15h57

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Max Cavalera em 2023 (Foto: Per Ole Hagen / Redferns)
Max Cavalera em 2023 (Foto: Per Ole Hagen / Redferns)

A discografia de Max Cavalera tem praticamente 40 anos de lançamentos por diversos projetos. Alguns deles foram responsáveis por alterar a percepção do metal a nível global.

Entretanto, um álbum em particular parece mais relevante no contexto atual, de acordo com o músico. E não é do Sepultura, banda que o levou ao estrelato, ou do Soulfly, seu principal projeto após o rompimento com o antigo grupo em 1996.

Em entrevista ao Sense Music Media (via Blabbermouth), Max discutiu vários momentos de sua carreira. Os maiores elogios foram reservados para Point Blank (1994), único álbum de seu projeto Nailbomb, uma parceria com Alex Newport inclinada ao metal industrial com participações do guitarrista Dino Cazares (Fear Factory) e dois colegas de Sepultura: Andreas Kisser (guitarra) e o irmão Iggor Cavalera (bateria).

Max declarou:

“Eu amo tanto aquele álbum. Acho Point Blank de longe um dos meus discos preferidos de todos os tempos. Foi tão divertido fazê-lo. É claro que a gente não ligava pra nada. Apenas queríamos fazer um disco brutal e zangado com sons industriais, samples e riffs.”

O Cavalera mais velho também se mostrou incrédulo com o fato de o trabalho ter completado 30 anos de lançamento. Para comemorar a data, uma série de shows acontecerá em 2025.

“Vamos tocar em alguns festivais pela Europa no verão de lá. É ótimo. Eu adoro. Acho que é um daqueles álbuns que seria um vexame não tocar ao vivo porque é tão bom.”

O músico até fez um comentário relacionado à série de regravações dos primeiros lançamentos do Sepultura — Bestial Devastation, Morbid Visions e Schizophrenia . Segundo Max, não existe a mesma necessidade de uma nova versão de Point Blank, pois o resultado original já é ideal. Entretanto, ele sente que o material precisa ser tocado ao vivo.

Nailbomb soa atual

O grande mérito de Point Blank, na opinião de Max Cavalera, é soar atual. Para ele, é um trabalho “quase profético”.

“As coisas sobre as quais estávamos cantando são o que está acontecendo agora no mundo, infelizmente. Você tem coisas como ‘24 Hour Bullshit’ sobre a mídia. Você tem ‘Sick Life’ com o problema das drogas. Você tem ‘Guerrillas’ com a guerra na Ucrânia. Até o refrão de ‘Guerrillas’ é assustador: ‘Longe de casa, aprenda a odiar, morra pela terra, p#rra de desperdício’. Acho que é assim que essas crianças russas devem se sentir agora indo para a Ucrânia. É um álbum profético que soa realmente mais relevante agora do que quando foi lançado.”

Show nos Estados Unidos

O Marquee Theatre, localizado em Tempe, Arizona, foi o local no último dia 9 de novembro para o Max Cavalera Dynasty Show, um evento que celebrou a carreira do brasileiro. O Soulfly era o headliner, mas os fãs tiveram a oportunidade de ver o retorno do Nailbomb.

Max foi acompanhado pelo seu filho, Igor Amadeus Cavalera, nas guitarras, além de Johny Chow (Stone Sour, Fireball Ministry e Cavalera Conspiracy) no baixo. Os integrantes do Pig DestroyerTravis Stone (guitarra), Alex Cha (sampler) e Adam Jarvis (bateria) completaram a formação. Alex Newport não pôde participar.

Sobre o Nailbomb

Originalmente concebido por Max e Newport como um manifesto de ódio pela situação mundial da época, o Nailbomb ainda contou com algumas participações ilustres. Andreas Kisser e Iggor Cavalera (Sepultura), assim como Dino Cazares (Fear Factory), ajudaram a dupla a gravar o álbum Point Blank.

Quando chegou a hora de trazer o projeto aos palcos, eles recrutaram um time de luxo. Igor reprisou seu papel na bateria, dessa vez dividindo funções com D.H. Peligro (Dead Kennedys) e Barry C. Schneider (Tribe After Tribe). Evan Seinfeld (Biohazard), Christian Olde Wolbers (Fear Factory) e Michael “Scoot” Dickens (Doom) se encarregaram do baixo. Rhys Fulber (Front Line Assembly, Delerium) tocou teclado e Richie Cavalera (Incite) ficou responsável pela guitarra base. / Colaborou: Pedro Hollanda.

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Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.