Enquanto músicas do Cannibal Corpse retratam os atos mais abjetos possíveis, Corpsegrinder é 100% amor fora dos palcos
Publicado em 02/09/2023, às 12h59
Quem se depara com o Cannibal Corpse de primeira, no geral, não costuma pensar coisas tão boas sobre a banda e seus integrantes. Além do som de pegada extrema, orientado ao death metal, o grupo americano aposta em letras de temáticas fortes.
Com relatos explícitos de violência, as composições são comumente inspiradas por filmes ou outras produções do gênero terror. Isso já fez a banda ser proibida de lançar álbuns ou fazer shows em determinados países, como a Rússia e a Alemanha, além de encrencá-los nos Estados Unidos, a ponto de políticos tentarem minar sua carreira.
No entanto, o Cannibal Corpse conseguiu seguir na ativa e, há mais de três décadas, lança suas músicas e excursiona pelo mundo afora — com direito a várias passagens pelo Brasil. E isso se deve, especialmente, pelo fato de os integrantes terem traçado uma linha bem clara separando o que é retratado ficcionalmente nas músicas e o que eles fazem na vida real.
O vocalista George “Corpsegrinder” Fisher é quem mais dá exemplos de como a mensagem fictícia do grupo nada tem a ver com a postura de seus membros. Filantropo, o cantor faz o que pode para ajudar especialmente crianças com problemas de saúde.
Sua ação mais recente ocorreu neste mês de agosto. Conforme publicado em suas redes sociais (via site Igor Miranda), Corpsegrinder (apelido que pode ser traduzido grosseiramente como “Moedor de Cadáveres”) doou sete sacos repletos de bichos de pelúcia para o hospital infantil Johns Hopkins All Children’s Hospital, localizado em St. Pete, na Flórida. Os brinquedos foram capturados por ele mesmo, que é “viciado” — e 100% craque — nas famosas maquininhas de pegar.
Todo orgulhoso, o cantor posou para uma foto onde segura uma espécie de certificado, no qual a instituição reconhece e agradece pela benfeitoria. Na legenda, ele diz:
“Muito obrigado a toda a equipe do hospital! Deram-nos um certificado de agradecimento, mas com toda a honestidade, eles é que merecem um, além de muito, muito mais por seus esforços incansáveis para ajudar as crianças.”
Geralmente, os feitos filantrópicos de Corpsegrinder não são divulgados nas redes sociais. O vocalista do Cannibal Corpse acabou abrindo uma exceção desta vez.
Contudo, ele já falou em outras ocasiões sobre como relaciona um de seus hobbies com o ato de fazer bem ao próximo. Em entrevista de 2021 à Metal Hammer, por exemplo, ele contou que já recebeu 12 prêmios consecutivos de uma máquina de pegar bichos de pelúcia, tamanha a sua habilidade. E, claro, a maior parte das conquistas é doada.
Corpsegrinder é um filantropo de carteirinha e se usa bastante da habilidade desenvolvida para ajudar. Em 2021, ele contou à Metal Hammer:
“Já fiz turnês com três sacos de lixo cheios de bichos de pelúcia que ganhei. A maior parte das coisas que ganho doo para a escola primária das minhas filhas ou para o shopping perto de casa. Havia uma senhora coletando brinquedos para vender e arrecadar dinheiro para o St. Jude’s, hospital infantil em Memphis. Dei a ela quatro sacos cheios de bichos de pelúcia que ganhei. Ela estava quase chorando!”
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.