Vocalista e guitarrista do Foo Fighters disse ter sentido que álbum em questão “era o começo de algum tipo de revolução musical”
Publicado em 01/06/2023, às 11h01 - Atualizado em 07/06/2023, às 09h53
Cada década na música traz uma mudança em diversos sentidos, seja em sonoridade, estética, comportamento ou abordagem. Não foi diferente nos anos 1990, quando muitos artistas e bandas buscaram fugir completamente do que era feito no período oitentista.
Embora tenha iniciado sua carreira artística na década de 1980, Dave Grohl é um dos grandes representantes dos anos 1990. Foi em 1991 que o então baterista surgiu com o Nirvana, banda que revolucionou o rock e, por que não, a música como um todo. Com a morte do vocalista e guitarrista Kurt Cobain, Grohl criou o Foo Fighters, cujo sucesso se estendeu a ponto de se tornar um dos poucos grupos de rock formados após o período oitentista a ainda lotar grandes arenas e estádios com seus shows.
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Com tanta experiência, Dave sabe bem o que é mudar o mundo com sua música. Por isso, em entrevista de 2021 ao apresentador Jools Holland (via site Igor Miranda), o integrante do Foo Fighters e ex-Nirvana se mostrou uma boa fonte ao destacar um álbum que, em sua visão, alterou o curso de tal segmento: OK Computer, terceiro disco de estúdio do Radiohead, disponibilizado em 1997 e responsável por apresentar canções como “Paranoid Android”, “Karma Police”, “Lucky” e “No Surprises”.
“OK Computer é um momento crucial não apenas na carreira do Radiohead, mas na história da música. Honestamente senti que era o começo de algum tipo de revolução musical. [...] Acho que aquele disco mudou o panorama da música popular nos anos seguintes.”
Além de letras afiadas com críticas ao consumismo, reflexões sobre alienação social e apontamentos a respeito de saúde emocional, OK Computer se destacou pela sonoridade inventiva. Seja no aspecto técnico, com técnicas diferentes de produção, ou criativo, ao agregar influências especialmente do rock progressivo, o disco se transformou no trabalho mais vendido do Radiohead, com 2,5 milhões de cópias nos Estados Unidos e 1,5 milhão no Reino Unido.
Os elogios de Dave Grohl ao Radiohead não se restringem ao que os músicos fazem estúdio. Para o frontman do Foo Fighters, a banda liderada por Thom Yorke (voz e guitarra) é ainda melhor em cima do palco.
“E eles ainda são uma das maiores bandas ao vivo de todos os tempos. A música ‘Paranoid Android’, por exemplo, não é exatamente como no álbum. Mas fica até melhor, porque está acontecendo naquele momento.”
Faz algum tempo desde que os fãs brasileiros puderam presenciar tal magia ao vivo. O Radiohead se apresentou no país pela última vez em abril de 2018, com datas em São Paulo e Rio de Janeiro, ambas junto do Soundhearts Festival. Antes, veio apenas em 2009, para se apresentar nas mesmas cidades e também com um evento itinerante: o Just a Fest.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.