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Música / “CAIXA DE FERRAMENTAS”

O grande diferencial do novo álbum do Linkin Park, segundo Brad Delson

Guitarrista não realiza mais turnês com a banda, mas segue creditado como membro oficial e participa do disco From Zero

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 27/11/2024, às 09h54

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Linkin Park (Foto: James Minchin III)
Linkin Park (Foto: James Minchin III)

Não dá para negar que a tarefa do Linkin Park em From Zero parecia difícil. O novo álbum do grupo marca as estreias de dois novos integrantes: a vocalista Emily Armstrong e o baterista Colin Brittain, respectivamente nas vagas do falecido Chester Bennington e de Rob Bourdon, que preferiu não se envolver com esta nova etapa.

Com mudanças tão impactantes, de que forma a banda deveria soar na fase atual? Resgatar suas raízes? Procurar uma sonoridade nova? De acordo com Brad Delson, a decisão se inclinou mais para a primeira alternativa — e este foi um dos grandes diferenciais do disco em sua visão.

O guitarrista — que não participa mais das turnês, mas segue como membro oficial e gravou o trabalho — compartilhou reflexões sobre From Zero em entrevista à Guitar Player. Para ele, mesmo representando uma versão diferente do Linkin Park, o álbum é estimulante por remontar aos anos iniciais do grupo.

Ainda durante a ocasião, ele admitiu que a banda se esforçava demais em discos anteriores para inovar. Tal obrigação não existiu no registro mais recente.

“Não tivemos medo de recorrer à nossa caixa de ferramentas mais exclusivas neste disco. Acho que em alguns discos anteriores era sempre tipo: ‘Inovar! Inovar! Inovar!’. Sempre queríamos nos desafiar a ir para algum lugar novo. Agora, acho que por já termos novos elementos [novos integrantes] como parte da paleta, não nos contivemos em termos de usar coisas que talvez usássemos no início, apenas maneiras de compor e tocar.”

Delson também reforçou uma conexão que o vocalista e multi-instrumentista Mike Shinoda já havia feito: a sensação de que From Zero se conecta aos tempos em que o Linkin Park se chamava Xero. Ele comentou:

“Havia uma estética ou vibração de algumas de nossas primeiras demos, quando éramos chamados de Xero. Havia algumas músicas nessas demos muito antigas que tinham uma estética muito clara. Você ouve um pouco disso no Hybrid Theory [álbum de 2000].”

A crítica publicada na Rolling Stone Brasil destaca que From Zero parece percorrer sons de todos os álbuns do Linkin Park. Porém, o guitarrista garante que a ideia era remeter mais aos primórdios.

“Adoro o quão eclética é nossa discografia. Essa é uma parte super saliente da nossa identidade como músicos. Mas neste álbum, acho que nos sentimos mais liberados para usar qualquer uma das ferramentas com as quais havíamos brincado antes, mais como uma falta de autoconsciência do que uma decisão consciente de ir a algum lugar específico.”

Brad Delson e a forma de composição do Linkin Park

Ainda durante a entrevista, Brad Delson comentou sobre o método de composição do Linkin Park. From Zero tem suas criações assinadas por todos os integrantes além de colaboradores externos, incluindo Mike Elizondo, Teddy Swims, Nick Long e Bea Miller.

Mesmo com tantos envolvidos, o guitarrista aponta que o processo criativo original foi retomado a partir de alguns conceitos: tentativa e erro, discussão franca e abertura à variedade de opiniões. Ele diz:

“Quando estou no estúdio com a guitarra, não estou apegado a ela. Eu sempre penso como compositor primeiro. Se eu sinto que uma música é melhor sem guitarra, eu sou o primeiro a dizer ‘Podemos silenciá-la?’. E se outra pessoa toca uma parte de guitarra incrível, eu fico tipo: ‘Obrigado, uma coisa a menos para se preocupar’.”

Em seguida, complementa:

“Além disso, se alguém está tentado a fazer algo e eu sinto que não é tão interessante quanto poderia ser, eu fico tipo: ‘Eu gostaria de refazer isso’ ou algo assim. Algumas dessas músicas tinham guitarra quando comecei a mexer com elas; uma parte daquela guitarra ainda está lá e outra parte daquela guitarra foi refeita no estúdio. Nosso processo é apoiar o que está funcionando. Se a guitarra não fosse super atraente, nós apenas a silenciávamos e então criávamos novas partes de guitarra. Experimentamos muito.”

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Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.