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O grande problema da atual nostalgia do pop punk, segundo Hayley Williams

Vocalista lidera o Paramore, uma das bandas mais celebradas do movimento nostálgico, mas nem sempre foi assim

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 26/01/2023, às 20h18

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Hayley Williams (Foto: Alberto E. Rodriguez/Getty Images)
Hayley Williams (Foto: Alberto E. Rodriguez/Getty Images)

A nostalgia do pop punk e do emo cerca de duas décadas após seu auge tem feito com que muitas bandas voltem a abraçar o subgênero. Não é o caso do Paramore, que promete fazer um som nada “flashback” em seu novo álbum, This is Why, a ser lançado no próximo mês de fevereiro.

Em entrevista à Billboard, a vocalista Hayley Williams refletiu sobre como a volta do movimento pop punk/emo ao mainstream pode trazer alguns problemas. Embora seu grupo tenha dividido palco com artistas como My Chemical Romance, Alkaline Trio e Jimmy Eat World nos últimos tempos, a cantora adota uma postura crítica com relação à forma que sua arte é enxergada atualmente.

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“Não queremos ser uma banda nostálgica, mas acho que o que senti (ao me apresentar em eventos nostálgicos) foi uma mistura de vingança e também muita raiva. Foi tipo: ‘espere um minuto, eles estão nos tratando como um prêmio agora’.”

A artista destacou que quando sua banda estava surgindo, era alvo constante de comentários machistas e críticas sem fundamento. Uma delas veio de um ídolo do segmento: Fat Mike, vocalista e baixista do NOFX.

Fat Mike costumava dizer às pessoas que eu praticava anilíngua (ato sexual que consiste em estimular o ânus do parceiro com a língua ou a boca) no palco quando eu tinha 19 anos. Não acho que isso seja algo punk. Não acho que essa seja a essência do punk. Sinto fortemente que sem mulheres jovens, pessoas de outras raças e a comunidade queer, acho que ainda estaríamos onde estávamos antes.”

Por fim, Hayley refletiu sobre como os fãs detêm o poder de transformar a nostalgia em algo mais interessante.

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"Ficamos com o My Chemical Romance alguns minutos antes de tocarmos e acho que eles sentem o mesmo sobre como foram recebidos na época e hoje em dia. Os fãs são os únicos com o poder porque, caso contrário, nós e My Chemical Romance não estaríamos onde estamos. Isso é lindo.”

Hayley Williams e os “bons tempos”

A reflexão de Hayley Williams é similar à que ela compartilhou durante o festival When We Were Young, justamente um dos maiores eventos a agregar a nostalgia do pop punk e emo nos Estados Unidos. O show foi realizado em Las Vegas, no último mês de outubro. Em meio à sua apresentação, ela declarou:

“Todo mundo está apenas tentando se lembrar dos ‘bons tempos’ e eu estou lá pensando: ‘esses bons tempos não eram tão bons assim’. [...] Não era nada acolhedor se você fosse diferente, se você fosse uma mulher jovem, se você fosse de outra raça, se você fosse queer. E isso é realmente f#da se você pensar sobre isso, porque deveria ser um lugar seguro, não é?”
Igor Miranda

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.