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Música / INTIMIDADO

O guitarrista que quase fez Brian May desistir de tocar

Em seus tempos de estudante, músico do Queen teve contato com um de seus heróis e ficou desanimado consigo próprio ao vê-lo tocar ao vivo

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 25/10/2024, às 17h48 - Atualizado às 18h07

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Brian May (Foto: Miikka Skaffari/Getty Images)
Brian May (Foto: Miikka Skaffari/Getty Images)

Brian May é responsável, ao lado de Roger Taylor, por carregar o legado do Queen adiante — mesmo após a morte de Freddie Mercury e do afastamento de John Deacon. Como seus colegas, é extremamente importante para a sonoridade única da banda, uma das maiores da história do rock.

Curiosamente, essa trajetória poderia não ter existido. Ele quase desistiu de tocar ao se deparar com um de seus ídolos.

No final dos anos 1960, May era um estudante de matemática no Imperial College de Londres. A música ainda era um hobby, que o levou entrar para o comitê de entretenimento da instituição — uma espécie de grêmio estudantil focado em trazer atrações para tocar no colégio. Foi através dessa função que ele conheceu um de seus heróis: Jimi Hendrix.

Brian contou para a Classic Rock, em 2020, como foi seu contato com Hendrix, neste caso na função de um dos responsáveis por realizar o show. Ele lembra que a apresentação custou mil libras esterlinas à instituição.

Segundo o guitarrista do Queen, o contato, já no dia do evento, se deu da seguinte forma:

Eles estavam lá dentro (no camarim) fazendo barulho, fumando um monte de baseados. Estava chegando perto da hora em que eles deviam ir para o palco, então um de nós bateu na porta e disse: ‘está na hora, sr. Hendrix, é hora de ir’. Ele saiu com uma guitarra e disse: ‘onde é o palco, cara?’. Todos nós apontamos a direção sem dizer nada realmente, apenas impressionados. Essa foi minha primeira conversa com ele, se dá para chamar disso.”
Jimi Hendrix em 1969 (Foto: Walter Iooss Jr./Getty Images)

O show de Jimi Hendrix

Nessa época, Jimi Hendrix Experience era a banda do momento e estava revolucionando o rock. Logo, certamente era algo impressionante de se ver ao vivo.

Brian May relembra que o show começou com “Foxy Lady” e ele, bem perto do palco, foi testemunha do poder de fogo do grupo em seus melhores dias. De acordo com o integrante do Queen:

Eu estava a uns 3 metros de distância quando ele tocou a primeira nota. Foi estupendo. Eu nunca tinha ouvido um som como aquele na minha vida, antes ou desde então. Eu já era um devoto de Jimi, mas aquilo mudou minha vida.”

Poderia ter mudado a vida de May para pior. Ao longo da apresentação, Hendrix, involuntariamente, intimidou o então jovem guitarrista, que seriamente pensou em abandonar o instrumento.

Brian contou:

Eu achava que conseguia tocar guitarra naquela época. Eu achava que eu era ok na guitarra. Mas quando você via Hendrix, você realmente só queria desistir. Ou tentar mais. De início, olhei para ele e para o equipamento e pensei: ‘bem, ele é só um homem, essa é só uma guitarra e esses são só amplificadores’. Mas quando ele começou, foi como um terremoto. Isso nem é o suficiente para descrever. Era como o cruzamento de um terremoto, uma orquestra e um redemoinho de som.”

Brian May não desiste

Quando testemunhou a apresentação de Jimi Hendrix, em 1967, Brian May já tinha construído sua guitarra Red Special e tocava em uma banda chamada 1984. O fato de não ter desistido da música se mostrou a decisão mais acertada possível, já que no ano seguinte ele fundou o Smile, embrião do que viria a ser o Queen, que passou a existir em 1970.

Colaborou: André Luiz Fernandes.

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Igor Miranda

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.