O maior beneficiado pelo veto de Justin Timberlake à transmissão do show no Lolla
Cantor não permitiu que sua primeira apresentação no Brasil em oito anos fosse exibida na TV ou no streaming, como outras performances do festival
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 30/03/2025, às 13h27
Como noticiado, a produção do Lollapalooza Brasil 2025 não conseguiu viabilizar os direitos de exibição do show de Justin Timberlake na Globo, no Multishow, no Bis ou no Globoplay, responsáveis pela transmissão oficial. A apresentação acontece na noite deste domingo, 30, encerrando o terceiro e último dia de festival.
Com isso, uma atração do evento se beneficiou. O Sepultura, que se apresenta em horário similar (21h30 a 22h30), mas em outro palco, foi escalada para substituir Timberlake na transmissão.
A banda brasileira de thrash metal já teria seu show exibido, mas no canal Bis. Agora, o quarteto formado por Derrick Green (voz), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Xisto (baixo) e Greyson Nekrutman (bateria) também ocupará o Multishow.
Além disso, conforme observa o site Igor Miranda, são grandes as chances de o show do Sepultura ser o único com exibição integral no Globoplay em modalidade gratuita. Para internautas que não assinam o pacote Premium, a plataforma tem transmitido apenas 30 minutos de cada show na programação do Multishow e do Bis, de forma alternada. Como a banda ocupará a grade de ambos os canais — e sua performance durará uma hora —, é possível que todo o set ganhe espaço no streaming de graça. Este caso específico do Globoplay ainda não está confirmado.

O Sepultura leva sua turnê de despedida, Celebrating Life Through Death, para o palco Mike’s Ice do evento. Andreas Kisser adiantou em entrevista à Rolling Stone Brasil que o setlist pode trazer algumas surpresas em relação aos outros festivais onde tocaram nas últimas semanas, mas não sairá do que tem sido tocado ao longo da tour final.
Possível setlist do Sepultura no Lollapalooza Brasil 2025
Caso resolva repetir o setlist apresentado nos shows no Lollapalooza Argentina e Chile, no fim de semana anterior, o Sepultura tocará as seguintes músicas:
- Refuse/Resist
- Territory
- Kairos
- Attitude
- Means to an End
- Escape to the Void
- Kaiowas
- Dead Embryonic Cells
- Agony of Defeat
- Arise
- Ratamahatta
- Roots Bloody Roots
Se optar por resgatar a lista de canções da apresentação anterior no festival mexicano Vive Latino — algo que Andreas Kisser já nos adiantou que não irá acontecer —, o repertório teria apenas uma sutil alteração, com “Phantom Self” no lugar de “Kaiowas”. Ficaria assim:
- Refuse/Resist
- Territory
- Kairos
- Phantom Self
- Attitude
- Means to an End
- Escape to the Void
- Dead Embryonic Cells
- Agony of Defeat
- Arise
- Ratamahatta
- Roots Bloody Roots
Em ambas as configurações, os três álbuns mais populares do Sepultura ganham destaque: Arise (1991), Chaos A.D. (1993) e Roots (1996), compondo mais da metade do set. Há espaço ainda para duas faixas do último disco, Quadra (2020), e momentos pinçados de momentos distintos da carreira.
Destaques costumeiros do show
O início do show do Sepultura, com a gravação de “Polícia” (Titãs) seguida de “Refuse/Resist” e “Territory”, clássicos de Chaos A.D., é imbatível. Durante as apresentações no Espaço Unimed, em São Paulo, no ano passado, funcionou muito bem. Caso “Kaiowas” entre, será um momento curioso no contexto de um festival, visto que a música instrumental e guiada por percussão tem sua execução com vários convidados, desde fãs a membros da equipe e músicos de outras bandas.
A sequência final também é marcada por clássicos. “Arise”, “Ratamahatta” (normalmente precedida de um curto solo de bateria) e “Roots Bloody Roots” não deixam ninguém parado. No miolo do set, há canções mais contemplativas, a exemplo de “Agony of Defeat”, e representantes dos primórdios do grupo, como as pesadíssimas “Escape to the Void” e “Dead Embryonic Cells”.
Individualmente, espera-se o melhor de cada integrante. Derrick Green, a voz do Sepultura desde 1997, é uma máquina em cima do palco. No alto de seus 54 anos de idade, o maratonista da música extrema canta tudo sem perder o fôlego, sem bater na trave e sem deixar de pular. Andreas Kisser, que ajuda a conduzir o público quase como um cofrontman, tem estado na última década cada vez mais seguro como único guitarrista. Ainda que discreto, Paulo Xisto é essencial para o pesadíssimo caldeirão sonoro, a ponto de não existir Sepultura sem ele. E embora não tenha o poder de fogo de seu antecessor nem o timbre mais adequado de bateria, o jovem Greyson Nekrutman se mostrou habilidoso o bastante para honrar o posto que um dia foi de Iggor Cavalera e Eloy Casagrande, dois dos maiores bateristas da história do heavy metal mundial.
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