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Música / PAIXÃO MUSICAL

O roqueiro “esquisito e sexy” que Kate Bush simplesmente ama

Cantora tinha Elton John como ídolo inicialmente, mas se apaixonou também pelo trabalho de outro artista ao ouvir uma música no rádio certa vez

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 12/12/2024, às 08h00

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Kate Bush (Foto: Dave Hogan/Getty Images)
Kate Bush (Foto: Dave Hogan/Getty Images)

Uma das grandes paixões musicais de Kate Bush era David Bowie. A voz de “Running Up That Hill” e “Wuthering Heights” conheceu ainda jovem o trabalho do Camaleão — embora já tivesse em Elton John outro ídolo à época — e teve a oportunidade de assistir a um show histórico dele.

Bush escreveu o prefácio de uma edição da revista Mojo (via Classic Rock), em 2007, totalmente dedicada a Bowie. Inicialmente, a cantora narrou como teve o primeiro contato com a obra do artista falecido em 2016 — e qual foi a impressão que a canção lhe causou.

Nas palavras da artista:

Eu estava na minha banheira, submersa em bolhas, ouvindo a Radio Luxembourg, quando ouvi David Bowie pela primeira vez. ‘There’s a starman waiting in the sky...’ e eu achei aquela uma música tão interessante, e ele tinha uma voz realmente incomum. Logo comecei a ouvir aquela canção (‘Starman’) em todo lugar e a música de Bowie se tornou parte da minha vida.”

O interesse em David e seu visual, descrito por Kate como “lindo”, fez com que o cantor ganhasse destaque entre os principais ídolos da então jovem artista. Ela afirma:

Sua foto se encontrava na parede do meu quarto, próxima do espaço sagrado reservado apenas para meu maior amor – Elton John. Um compositor fantástico com uma voz incomparável, Bowie tinha tudo. Ele tinha a quantidade certa de esquisitice, era obviamente inteligente e, é claro, muito sexy.”

Show histórico de David Bowie

Kate Bush teve uma oportunidade que muitos fãs de David Bowie gostariam de ter vivido. A cantora esteve no último show do artista em que ele se apresentou como o personagem Ziggy Stardust, em 1973, durante a turnê que promovia o álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972).

David Bowie como Ziggy Stardust (Foto: Michael Ochs Archives/Getty Images)

Ela relembrou:

Ziggy tocou guitarra. E eu estava lá para ver seu último show como Ziggy Stardust com o The Spiders From Mars. A atmosfera estava tão carregada que no final, quando ele chorou, todos nós choramos com ele.”

Kate Bush conhecendo o ídolo pessoalmente

Algum tempo depois, Kate encontrou o Camaleão pessoalmente. A cantora também relembrou a ocasião — e como foi reconhecida pelo ídolo:

Trabalhando nos estúdios Abbey Road alguns anos depois, eu apareci para ver um amigo em outra sessão... até que travei. Parado lá, elegantemente atrás da mesa de som, estava David Bowie. Ele tinha uma luz por cima e fumava um cigarro. Ele disse: ‘olá, Kate.’ Eu congelei no meu lugar e disse: ‘er... olá’. Saí da sala, prendi minha respiração do lado de fora e não tive coragem de voltar. Nos encontramos muitas vezes desde então e eu não preciso mais sair da sala... ou preciso?”

Em 2016, quando Bowie faleceu, Bush falou ao The Guardian sobre o impacto da perda. A artista o descreveu com a precisão de quem o conhecia bem:

Estou impactada por como todo o país foi jogado no luto e no choque. Choque, porque alguém que já tinha transcendido para a imortalidade poderia realmente morrer. Ele era nosso. Maravilhosamente excêntrico, de uma forma que só um inglês poderia ser. Qualquer que seja a jornada em que sua bela alma está agora, espero que de alguma forma ele possa sentir o quanto todos nós sentimos sua falta.”

A morte de David Bowie

David Bowie nos deixou em 10 de janeiro de 2016, aos 69 anos. O cantor lutou discretamente contra um câncer no pulmão, por um ano e meio, enquanto preparava sua obra de despedida, que se tornou o disco Blackstar (2016), lançado poucos dias antes de partir.

+++LEIA MAIS: Como David Bowie se disfarçava em público para não ser reconhecido

Colaborou: André Luiz Fernandes

Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.