Mesmo com números que atestam relevância, banda parece nunca ter recebido o reconhecimento devido por suas conquistas ao longo dos anos
Publicado em 19/12/2024, às 17h10
“E quando vocês descobrirem que Linkin Park na era de ouro era visto como um NX Zero por metaleiros?”, cravou uma internauta, em recente publicação viralizada no X/Twitter, após outra fã mostrar-se indignada com a existência de haters do grupo. Sim, eles existem — e tanto isso quanto o fim abrupto da banda em 2017, após a trágica morte do vocalista Chester Bennington, fazem muita gente não notar a relevância do trabalho dos americanos em seu auge.
Se números como as mais de 30 milhões de cópias vendidas do álbum Hybrid Theory (2000) e as outras mais de 15 milhões de Meteora (2003) não são o suficiente, as reflexões de Courtney LaPlante servem como complemento para se ter tal dimensão.
O assunto surgiu, em entrevista ao programa The Allison Hagendorf Show (via Metal Hammer), porque o grupo canadense Spiritbox, do qual a cantora faz parte, irá excursionar em 2025 com a nova encarnação da banda americana, agora com Emily Armstrong no vocal e Colin Brittain na bateria. LaPlante destacou como os colegas de profissão ajudaram a definir o som do “metal mainstream” no século 21.
“O fato de as pessoas estarem recebendo essa banda de volta com os braços abertos abriu os meus olhos. Eu pensei que entendia o quão grande essa banda era, mas não entendia. O impacto gigante e enorme na Terra que essa banda [teve]. Eu pensei que já tinha grandes e elevadas ideias, mas acontece que eu não conseguia nem imaginar.”
Um dos dois shows que o Spiritbox fará com o Linkin Park em 2025 será no estádio de Wembley, em Londres, na Inglaterra — um dos maiores locais no mundo onde um artista pode se apresentar. Courtney aponta:
“Se você me perguntasse se eu algum dia tocaria no estádio de Wembley, eu diria: ‘claro, talvez se eu estivesse abrindo para um artista de hip-hop ou o Foo Fighters ou algo assim’. Mas eu não imaginava que conseguiria fazer isso com uma banda que também toca metal e criou uma espécie de gênero de metal.”
Além de ter realizado uma curta série de shows em 2024 — dois deles com ingressos esgotados em São Paulo, no último mês de novembro —, o Linkin Park lançou um novo álbum com Emily Armstrong e Colin Brittain. From Zero chegou também no mês passado e obteve ótima repercussão.
O disco atingiu a primeira posição nas paradas de 15 países, incluindo Reino Unido, Alemanha, Austrália, França e Portugal. Houve apenas uma “pedra no sapato” no mercado fonográfico mais importante do mundo, os Estados Unidos, onde ficaram em 2º lugar — o EP Golden Hour: Part.2, do grupo de k-pop Ateez, conquistou o reconhecimento mais alto.
Mesmo não obtendo o primeiro lugar nos Estados Unidos, From Zero foi o álbum de rock que atingiu a posição mais alta nas paradas gerais nacionais em 2024. A última vez que um disco do estilo abocanhou o topo do ranking se deu em novembro do ano passado, com One More Time…, do Blink-182.
+++ LEIA MAIS: A banda que impediu o Linkin Park de atingir o topo da parada nos EUA
+++ LEIA MAIS: As 3 melhores músicas do novo álbum do Linkin Park, segundo crítico da Rolling Stone
+++ LEIA MAIS: O grande diferencial do novo álbum do Linkin Park, segundo Brad Delson
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.