Offspring, Sublime e The Warning revelam o que esperar dos shows no Brasil

Cinco cidades do Brasil receberão uma turnê do Offspring que mais parece um festival itinerante. A banda californiana, notória por seu punk rock repleto de melodias fortes, se apresentará ao lado de Sublime, Rise Against, The Damned, Amyl & the Sniffers e The Warning.

O lineup completo, com todas as bandas, poderá ser assistido em São Paulo e Curitiba. Já em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre, a atração principal irá se apresentar com alguns de seus colegas. Confira abaixo o itinerário anunciado:

• 5 de março: Offspring + Amyl & The Sniffers no BeFly Hall, Belo Horizonte
• 6 de março: Offspring + Sublime + Rise Against na Farmasi Arena, Rio de Janeiro
• 8 de março: Offspring + Sublime + Rise Against + The Damned + Amyl & the Sniffers + The Warning no Allianz Parque, São Paulo
• 9 de março: Offspring + Sublime + Rise Against + The Damned + Amyl & the Sniffers + The Warning na Pedreira Paulo Leminski, Curitiba
• 11 de março: Offspring + The Warning no Pepsi On Stage, Porto Alegre
• Ingressos à venda no site Eventim

A Rolling Stone Brasil bateu um papo separadamente com Noodles (guitarrista do Offspring), Jakob Nowell (vocalista e guitarrista do Sublime) e com todas as integrantes do The Warning (as irmãs Daniela, Paulina e Alejandra Villarreal Vélez), para saber o que esperar das apresentações. Vários outros assuntos foram abordados, mas o material restante das entrevistas será publicado nos próximos dias.

Da primeira à décima segunda vez

Quando se fala de Brasil, Noodles e os demais entrevistados estão em posições muito diferentes. O guitarrista do Offspring está vindo com sua banda pela décima segunda vez (!), enquanto o novo frontman do Sublime — que ocupa o posto deixado pelo pai, Bradley Nowell, morto em maio de 1996 — faz sua estreia no país. Seus colegas de grupo, Eric Wilson (baixo) e Bud Gaugh (bateria), já nos visitaram com o Sublime with Rome, mas esta é a viagem inaugural de Jakob. As irmãs do The Warning também nunca tocaram por aqui, embora já tenham ido a países vizinhos, como Argentina e Chile.

Noodles:“Estou feliz que desta vez estejamos trazendo nosso próprio show, para tocarmos um pouco mais de músicas. Acho que também teremos nossa própria produção e outras coisas desta vez, então será um pouco mais como o show do Offspring do que quando tocamos em festivais [como o Rock in Rio 2022 e o Lollapalooza 2024]. Mas ano passado também foi muito bom. É sempre bom tocar para os fãs brasileiros, que são loucamente enérgicos e apaixonados.”

Jakob Nowell:“Estou tão animado. Sempre quis ir ao Brasil. Sei que temos muitos fãs do Sublime por aí, mas, no geral, é um lugar incrível. É muito f#da poder tocar em outra parte do mundo. [...] Mas não conheço nada mesmo do Brasil, só o que se vê na TV — e não dá para confiar nisso. Vi muitas fotos e vídeos, muita arquitetura bonita e as praias. Além disso, jogo muito videogame e sei que tem uma grande cultura de games no Brasil.”

Paulina Villarreal Vélez (The Warning):“O Brasil é um país onde as pessoas são conhecidas por serem a melhor plateia do mundo. Nós também viemos de um país muito enérgico, o México. Já excursionamos pela América do Sul, mas sempre tivemos esse desejo de tocar no Brasil. Poder fazer isso com o Offspring e todas essas ótimas bandas, em três shows, é a realização de um sonho. [...] Quando entramos na escalação da turnê, eu olhei as outras bandas e pensei: ‘oh, nós somos meio que as estranhas aqui’. Mas a oportunidade surgiu quando fizemos um show com o Offspring nos Estados Unidos e temos muita gratidão.”

Comentários sobre os colegas de lineup

O que Noodles, Jakob Nowell e as integrantes do The Warning tem a dizer sobre seus colegas de lineup? O guitarrista do Offspring admite não conhecer tão bem o trabalho das irmãs Villarreal Vélez, porém, adora todos os outros escalados. O novo frontman do Sublime confessou que, até o dia da entrevista, sequer sabia que teria outras atrações além deles e do Offspring. Já o trio de musicistas do México revelou ter estranhado um pouco o convite para integrar uma turnê majoritariamente punk rock, mas garante gostar de todo mundo.

Noodles:“Conheço Eric (do Sublime) muito bem, ele é um amor. Tocamos com o Sublime lá no começo e sempre foram ótimos. Bradley era um talento único e estou ansioso para conhecer o filho dele. Sou um grande fã de The Damned. Em um ponto eles assinaram com a Nitro Records, quando Dexter (Holland, vocalista do Offspring) ainda estava no comando, e lançaram o álbum Grave Disorder (2001), que é fenomenal. [...] Não sei muito sobre The Warning, mas ouvi as músicas e achei ótimas. Temos uma longa história com o Rise Against, fizemos shows juntos — também com Zach (Blair, guitarrista) quando ele estava no Hagfish — e eles são fenomenais. E estou super animado com o Amyl & the Sniffers. Nunca os vi tocar ao vivo, mas sou um grande fã e os discos são ótimos.”

Jakob:“Sempre gostei de Offspring, mas quando tinha uns 15 anos, em um dos meus primeiros empregos, conversei com uns garotos que eram mais ‘legais’, falei de Offspring e eles disseram: ‘cara, Offspring é gay pra car#lho’, reagiram como se eu tivesse alguma doença. Isso me atingiu. Mas eram moleques e, felizmente, ninguém mais pensa assim. Não há razão para ser maldoso com nenhuma banda. E eu conheço todas as outras bandas, me sinto honrado em poder dividir o palco com elas, mas a que eu mais ouvi foi Amyl & the Sniffers. Eu não sabia que estávamos tocando com todos eles até agora.”

Paulina (The Warning):“Não cheguei a assistir Amyl & the Sniffers, mas eu os amo. Acho que teremos dois shows juntos e será divertido. Pudemos assistir ao Offspring em um evento em comum onde tocamos nos Estados Unidos. Mas será incrível poder aproveitar todos esses shows no Brasil, tendo essa energia junto de apresentações que já vimos antes.”

O que esperar dos shows

Ao menos em meio às três entrevistadas, cada banda parece ter uma proposta diferente com seu show no Brasil. O Offspring quer, ao mesmo tempo, celebrar o seu legado e aproveitar o tempo de palco mais longo para resgatar músicas nem sempre lembradas, sejam mais recentes ou até antigas. O Sublime está apoiado no catálogo de três álbuns gravados na década de 1990, enquanto The Warning priorizará suas canções mais atuais para cativar um público que talvez não as conheça.

Noodles:“Estamos tentando adicionar mais músicas novas e temos posições rotativas no repertório. Quando se tem um novo álbum (Supercharged, 2024), o desafio é encontrar o que funciona ou não ao vivo. Além disso, encontrar as faixas menos conhecidas de outros discos que podem ser adicionadas. Invariavelmente, vamos deixar de tocar a favorita de alguém. Mas ensaiamos todas as músicas do novo álbum e acho que ele está pronto para ser tocado. E, sim, pretendemos tocar a música ‘Come to Brazil’. Podemos até filmar e fazer um clipe ao vivo.”

Jakob:“O primeiro ano da volta do Sublime consistiu em sentir toda a vibe de como é um show da banda nos tempos modernos. Agora, vamos tentar adicionar mais algumas músicas e estamos trabalhando também para compor um material inédito. Se curtirmos bastante, podemos até mesmo tocar, embora eu saiba que os fãs querem ouvir as boas velhas. Vamos tocar muitas favoritas dos fãs. Sabe como muitos músicos odeiam tocar seus hits por anos? Não tenho isso, pois nunca precisei tocar ‘Santeria’ ou ‘What I Got’, então amo tocá-las. E também vão rolar algumas músicas menos conhecidas dos discos. Além disso, estamos trabalhando em algumas mudanças legais no cenário, no design de palco e coisas assim.”

Daniela Villarreal Vélez (The Warning):“Não sabemos ainda a duração do nosso set, mas, é claro, queremos promover nossas músicas mais recentes, do álbum Keep Me Fed (2024). Provavelmente vamos tocar muitas músicas dele. Depende do quão longo nosso set será. [...] Adoramos nos apresentar em locais onde as pessoas não nos conhecem e, tipo, ‘BAM!’.”

Em breve tem mais

Outros trechos das entrevistas serão publicados em breve na Rolling Stone Brasil. Com Noodles, falamos mais sobre o atual momento do Offspring, a sensação de que eles estão mais populares do que nunca e futuro. Jakob Nowell se aprofundou em suas outras iniciativas além do Sublime, mas, claro, também refletiu sobre estar ocupando o posto de seu pai e seus próximos planos com o grupo. The Warning contou um pouco mais a respeito de seu início na música, seu crescimento em fama e os desafios de se apresentar como uma atração “latina” especialmente no contexto dos Estados Unidos.

Fique ligado na Rolling Stone Brasil pelos próximos dias, pois essas entrevistas serão publicadas antes do início ou ao longo da turnê.

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