Ouça Paul McCartney ler um trecho do seu novo livro ‘Wings’
Spoiler: envolve Paul fazendo uma imitação incrível de outra lenda do rock
Rob Sheffield
Paul McCartney está finalmente abrindo um dos capítulos mais fascinantes de sua vida. Wings: The Story of a Band on the Run é o novo livro sobre McCartney nos anos 1970 — como ele recomeçou e encontrou sua própria voz após o fim dos Beatles. A Rolling Stone tem um trecho exclusivo de Paul lendo o audiolivro, incluindo sua imitação espirituosa de Mick Jagger.
“Por tantas décadas”, McCartney relembra no trecho, “tentei guardar essas histórias sobre como me senti quando os Beatles desmoronaram e o que aconteceu naquele período logo quando estávamos lançando o Wings“.
Quando os Beatles se separaram no início de 1970, McCartney estava perdido e confuso, sem ideia de como seguir em frente. Então ele fundou uma banda completamente nova, com sua esposa Linda. Parecia uma ideia maluca. Como ele diz, “Quando Linda entrou no Wings, as sobrancelhas se levantaram, e não apenas na imprensa, com Mick Jagger acrescentando, ‘Para que ele colocou a patroa na banda?'”.
O livro Wings é uma história oral massiva editada por Ted Widmer, a partir de novas entrevistas do cineasta Morgan Neville (20 Feet From Stardom). Ele acompanha o próximo documentário de Neville, Man on the Run, que estreou recentemente no Festival de Cinema de Telluride. O livro tem 150 fotografias, com letras manuscritas e entradas de diário de Paul, além de comentários de Linda McCartney, John Lennon, George Harrison, Ringo Starr, George Martin, Sean Ono Lennon, Jann Wenner, Yoko Ono, Mick Jagger e todos os membros do Wings.
O livro acompanha a história desde o álbum solo de estreia de McCartney em 1969 e o clássico Ram (1971). Mas, em vez de ir atrás de sessões de superestrela ou shows solo de alto perfil, ele recruta uma nova banda e recomeça do zero, baseando-se em sua fazenda escocesa, se esforçando da maneira que sua antiga banda costumava fazer nos primeiros dias. Eles dirigem por aí até universidades e tocam em pequenos shows para estudantes surpresos, com aquele espírito experimental. “O fato era que poderíamos simplesmente tentar coisas e simplesmente fazê-las”, McCartney relembra. “Se funcionasse, ótimo. Se não, partir para outra ideia”.
Mas o Wings explodiu e se tornou um dos maiores grupos de arena rock dos anos setenta, fazendo clássicos como Band on the Run e Venus and Mars. A banda também está lançando uma antologia definitiva em vinil triplo, selecionada pessoalmente por McCartney. Tem os sucessos que você esperaria, como “Jet”, “Hi, Hi, Hi”, “Band on the Run”, “Live and Let Die” e “Let Me Roll It”. Mas também está repleta de faixas obscuras (“Deliver Your Children”, “I’ve Had Enough”, “Some People Never Know”) e raridades favoritas dos fãs como “She’s My Baby” e “Call Me Back Again”.
A banda terminou em 1980, depois de um episódio que McCartney raramente discutiu em profundidade antes — sua estadia de nove dias em uma prisão japonesa, após uma apreensão de drogas no aeroporto de Tóquio. Por anos, ele relutou em resgatar esse período. “Mas de repente, o Wings encontrou seu momento novamente”, ele relembra. “Lembro de fazer uma entrevista com um cara jovem, acho que foi com a Rolling Stone, e eu estava falando sobre Sgt. Pepper e os Beatles. E ele disse, ‘Bem, sim, eu entendo, mas essa não é realmente a minha época’. Ele disse, ‘Estou mais interessado no Wings e em Band on the Run‘. Pensei, lá vamos nós. Temos uma mudança geracional em ação”.
Wings chega em um momento tipicamente agitado para McCartney. Ele está atualmente em sua turnê Got Back de longa duração, fazendo seus shows maratona nos EUA e Canadá, encerrando em 25 de novembro em Chicago. Ainda este mês, o amado documentário Anthology dos Beatles está retornando em uma nova versão há muito aguardada — restaurada, expandida e remasterizada, com um novo episódio em streaming no Disney+ a partir de 26 de novembro.
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