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Música / Rock

Pessoas na terra natal do Slipknot têm vergonha da banda, diz Corey Taylor

Vocalista cita ressentimento de artistas locais e até mesmo questões políticas para justificar reação curiosa de moradores

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 11/09/2023, às 11h58

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Corey Taylor (Foto: Getty Images)
Corey Taylor (Foto: Getty Images)

A origem do Slipknot é relativamente comum entre bandas americanas de rock e heavy metal que conquistaram a fama. O grupo foi fundado em Des Moines, capital de Iowa, estado no meio-oeste do país. Embora seja a principal cidade de sua área, suas proporções são modestas: 214 mil habitantes, com 699 mil se considerar a região metropolitana, contemplando seis condados.

Ter uma banda local fazendo sucesso globalmente deveria ser motivo de orgulho para os habitantes de Des Moines, ou mesmo de Iowa, correto? Errado — ao menos de acordo com Corey Taylor.

Em entrevista ao Zach Sang Show (via Metal Hammer / site Igor Miranda), o vocalista do Slipknot afirma que várias pessoas de Iowa sentem “vergonha” de seu grupo ter vindo de lá. Segundo ele, questões de comportamento social e político estariam relacionadas ao sentimento peculiar.

“O que representamos ainda hoje é um anátema para muitas pessoas em Iowa. Muita gente ainda tem vergonha do fato do Slipknot vir de lá. Isso acontece por conta desse ressurgimento recém-descoberto do conservadorismo. Tanto quanto Iowa – quando eu estava lá – era um estado roxo [em referência à mistura das cores dos Partidos Republicano e Democrata], hoje é muito vermelho [em referência à cor do Partido Republicano].”

Também há, segundo Taylor, muito ressentimento por parte de alguns artistas locais de sua época. Praticamente nenhum outro músico de Iowa conquistou o mesmo nível de popularidade da banda mascarada, o que, conforme relatado por Corey, gera reações amarguradas.

“Há caras de Des Moines que conheço há 30 anos e, quando os encontro, me olham atravessado. Há tantos idiotas amargurados naquela maldita cidade. Eles simplesmente não quiseram aceitar o fato de que não queriam o sucesso tanto quanto nós.”

Ainda de acordo com o cantor, não é uma questão de mérito. Havia, segundo ele, “bandas ótimas” na cena local. Contudo, elas não “tiveram a mesma força” que o Slipknot.

Slipknot tentou ajudar bandas locais

Por fim, Corey Taylor garantiu que o Slipknot tentou ajudar os artistas de Des Moines e fez até uma alusão à cena de Seattle, outra cidade americana que se tornou notória pelo surgimento do grunge. Acabou não dando certo — e por culpa dos músicos que recebiam o auxílio.

“Todo mundo que tentamos ajudar estragou tudo. Eles simplesmente não queriam tanto quanto nós.”

O álbum Iowa

A relação do Slipknot com Iowa é tão curiosa que o estado deu nome ao segundo disco de estúdio da banda, lançado em 2001. Foi deste trabalho que saíram músicas como “Left Behind”, “My Plague”, “The Heretic Anthem”, “Disasterpiece” e “People = Shit”, alguns dos maiores clássicos do grupo.

Em entrevistas, os integrantes afirmam que batizaram o álbum como Iowa porque o local era sua “fonte de energia”. Não à toa, mesmo com o sucesso, eles decidiram permanecer no estado, pois não queriam ficar alienados de suas inspirações. O disco até foi gravado em Los Angeles, na Califórnia, mas os músicos seguiram residindo de forma geral em Des Moines.

A primeira faixa do trabalho também faz referência ao estado. “(515)”, vinheta de introdução, foi nomeada com o código de área telefônico da região central de Iowa.

Um dos álbuns mais bem-sucedidos do Slipknot, Iowa ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias vendidas nos Estados Unidos, atingindo o 3º lugar da parada nacional. Entrou ainda para o top 10 de mais de cinco países, incluindo Reino Unido, Austrália e Canadá (onde obteve o primeiro lugar).

Igor Miranda

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.