Polícia investiga possível falsificação de assinatura de Adele em caso de plágio
Inquérito apura documentos apresentados pela Universal Music em ação envolvendo o compositor Toninho Geraes
Aline Carlin Cordaro (@linecarlin)
Publicado em 15/01/2025, às 15h19A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar suspeitas de falsificação em documentos apresentados pela Universal Music Publishing no processo em que o compositor brasileiro Toninho Geraes, de 62 anos, acusa a cantora britânica Adele, de 36 anos, de plágio. A investigação foi confirmada após publicação inicial da CBN e busca esclarecer a autenticidade da assinatura de Adele e de outros documentos.
Os advogados de Toninho apontaram irregularidades em uma procuração apresentada pela defesa da Universal Music e dos demais réus, incluindo Adele e o produtor Greg Kurstin. De acordo com a denúncia, o documento contém "rasuras e entrelinhas inseridas à mão" e apresenta uma mistura de idiomas, com a data registrada como "São Paulo, 19 December de 2024".
Além disso, a defesa de Toninho destacou que não há registro da presença de Adele, Greg ou representantes da gravadora no Brasil para assinar o documento na data indicada. Segundo o advogado Fredimio Biasotto Trotta, as assinaturas no documento divergem dos padrões caligráficos da cantora.
Incidente processual e investigação
Os advogados de Toninho apresentaram um incidente processual para apurar a autenticidade dos documentos, afirmando que a falsidade ou adulteração das procurações poderia invalidar os atos realizados em nome de Adele e dos demais réus até o momento.
O inquérito policial visa investigar possíveis crimes como falsidade documental, ideológica, uso de documento falso e fraude processual. “Se corroborada a falsidade ou adulteração, os réus não estão habilitados no processo, o que pode levar à anulação de atos futuros”, afirmou Trotta.
Retirada da música e pedido de indenização
O caso de plágio envolve a canção "Mulheres", de Toninho Geraes, e a música "Million Years Ago", de Adele. O compositor acusa a cantora, o produtor Greg Kurstin, a gravadora XL Recordings e a distribuidora Universal Music de violação de direitos autorais, pedindo uma indenização de R$ 1 milhão.
Em dezembro de 2024, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a retirada de Million Years Ago das plataformas digitais e estipulou uma multa de R$ 50 mil por descumprimento. A Universal Music ainda não respondeu às solicitações de esclarecimento.