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Por que Hayley Williams pensa que o Paramore é a banda mais chata do mundo

Sinceridade da vocalista surpreendeu durante entrevista; ela reconhece não entender como o grupo ainda consegue se manter em atividade

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 20/01/2023, às 12h42 - Atualizado em 23/01/2023, às 10h03

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Hayley Williams (Foto: Alberto E. Rodriguez/Getty Images)
Hayley Williams (Foto: Alberto E. Rodriguez/Getty Images)

A história do Paramore é marcada por uma série de superações, seja por questões relacionadas à sua existência enquanto grupo - como troca de integrantes, por exemplo -, seja por situações da vida pessoal dos integrantes.

Este é o principal motivo pelo qual a vocalista Hayley Williams classifica sua própria banda como “a mais chata do mundo”. Em entrevista à Billboard, a frontwoman deixou claro que apesar do recente hiato de seis anos sem um novo álbum - a ser encerrado com "This is Why", que sai em 10 de fevereiro -, o Paramore nunca chegou a acabar. Porém, ela não compreende como a banda ainda consegue se manter em atividade.

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“A essa altura, não entendo como ainda estamos fazendo isso. Porque toda vez parece ser algo contra todas as probabilidades. Isso, honestamente, faz com que eu sinta que sejamos a banda mais chata do mundo, porque é sempre tipo: ‘oh, superamos isso e agora estamos fazendo este álbum’.”

Em This is Why, inclusive, o grupo tentou se desvencilhar do conceito de “superação” - ainda que em uma ideia mais global - em parte das músicas. Uma delas é “C’est Comme Ça”, lançada recentemente como single. Em material promocional divulgado à época em que o single foi disponibilizado, Hayley declarou:

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“Estou tentando me livrar de uma narrativa de sobrevivência. A ideia de destruição iminente é menos catastrófica para mim do que não saber nada sobre o futuro ou minha participação nele. Os caras e eu estamos em lugares muito mais estáveis em nossas vidas do que nunca. E de alguma forma isso é mais difícil para que eu consiga me ajustar.”

Hayley Williams, Paramore e guitarra

Em conversa durante o podcast Face to Facecom integrantes do duo indie Wet Leg (formado pelas jovens Rhian Teasdale e Hester Chambers), Hayley Williams revelou uma situação que ainda não conseguiu superar. A vocalista do Paramore disse que o receio de ser alvo de comentários machistas a impede de tocar guitarra nos shows de sua banda.

Conforme publicado no Guitar World, o assunto envolvendo o instrumento foi abordado inicialmente por Teasdale, que afirmou:

“Acho que, para nós, uma das coisas mais difíceis ou irritantes sobre ser mulher [na música] são os comentários estúpidos na internet do tipo: ‘oh, ela está segurando aquela guitarra, mas na verdade não está tocando’. Às vezes não estou usando minha guitarra, mas preciso tocá-la apenas no refrão, daí sempre tem um comentário: ‘garotas não deveriam tocar violão, mulheres não deveriam tocar violão’. Odeio isso, é frustrante.”

Hayley, então, entrou na conversa para relatar uma experiência própria ocorrida em 2020, quando estava divulgando seu primeiro álbum solo, Petals for Armor. Um dos compromissos da agenda era se apresentar no famoso Tiny Desk Concerts, promovido nos Estados Unidos pela National Public Radio (NPR). Naquela rara ocasião, ela se sentiu à vontade para tocar guitarra, o que “desafiou” os comentários machistas citados por Rhian Teasdale.

“Eu nem toco guitarra no palco, nem me atrevo. Porque eu amo tocar guitarra, mas não sei se aguentaria [esse tipo de comentário] ... cara, sinto de forma tão forte o que você disse.”

Vale lembrar que, em estúdio, Hayley nunca assumiu as guitarras do Paramore, mas gravou teclados em todos os álbuns a partir do homônimo de 2013. Além disso, ela registrou guitarras em três músicas de Petals for Armor e em todas as faixas de seu segundo disco solo, Flowers for Vases / Descansos - trabalho onde ela tocou todos os instrumentos.

Igor Miranda

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.