Decisão tomada pelo cantor geralmente é tomada por artistas veteranos, não por jovens que ainda estão no auge da carreira
Publicado em 27/01/2023, às 18h00
Muitos fãs ficaram surpresos com a notícia de que Justin Bieber havia vendido os direitos sobre seu catálogo de músicas lançados do início da carreira até 31 de dezembro de 2021. Não apenas pelos valores — mais de US$ 200 milhões, o que ultrapassa R$ 1 bilhão na cotação atual —, mas também por ser um artista jovem a tomar tal decisão, após oferta da Hipgnosis Song Management em parceria com a Blackstone Inc.
Conforme destacado em texto publicado pela Rolling Stone Brasil, há uma tendência nos dias de hoje entre músicos veteranos renomados que deixaram seus legados musicais nas mãos de empresas de música especializadas. As corporações recebem royalties e todo outro tipo de renda relacionada àquelas canções no lugar dos autores, que ganham uma enorme quantia, em uma tacada só, a ser deixada para seus herdeiros.
Isso parece fazer sentido para vários dos veteranos que fizeram isso, como Bob Dylan, Genesis, Neil Young, Mötley Crüe, Sting, Red Hot Chili Peppers, Bruce Springsteen, entre outros. Já no caso dos mais jovens, esse pode ser um negócio arriscado tanto para as empresas (já que não dá para saber o legado deixado por esse catálogo), quanto para os artistas (que poderiam render ainda mais com essas obras, embora a longo prazo). Por que, então, esse acordo foi fechado?
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Conforme explicado pela BBC, a decisão tomada por Justin Bieber elimina qualquer risco relacionado à sua carreira a partir daqui. O cantor poderia apostar em uma manutenção do status de sua carreira para seguir lucrando com os direitos — ele é inegavelmente um dos grandes popstars da atualidade — ou simplesmente vender tudo de uma vez “por uma quantia astronômica”.
Ao optar pela segunda opção , o artista pode, ainda de acordo com a BBC, “aplicar seu dinheiro como bem quiser”. Isso elimina “os riscos do futuro”, caso ele deixe de ser um artista do mesmo porte que hoje ou suas músicas parem de tocar na frequência atual.
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A empresa que adquiriu o catálogo de Justin Bieber também não é nada boba. A Hipgnosis é gerenciada por Merck Mercuriadis e o executivo declarou que hits na música podem ser “mais valiosos do que ouro ou petróleo”. Ele acredita que os direitos em torno das canções de Justin Bieber seguirão rendendo por “60 ou 70 anos”, visto que o público do artista é relativamente jovem.
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.