"EU NÃO OUÇO"

Por que não se deve ouvir metal pelo celular, segundo líder do Sodom

Baixista e vocalista Tom Angelripper cita processo de gravação das guitarras para explicar que não gosta do som reproduzido via smartphones

Guilherme Gonçalves (@guiiilherme_agb) com pauta de Igor Miranda

Ouvir música em fones de ouvido
Ouvir música em fones de ouvido - Foto: Ian Waldie / Getty Images

Tom Angelripper, vocalista, baixista e único membro original do Sodom, é um headbanger à moda antiga, fanático por Motörhead e Venom. E, acima de tudo, idealista quando o assunto é dedicar seu precioso tempo para ouvir os discos de suas bandas preferidas.

No que se refere ao modus operandi dessa experiência cotidiana, Angelripper revelou em entrevista recente ao site Blabbermouth (via Metal Injection) que não escuta metal pelo celular. E nem recomenda que alguém escute.

O líder do Sodom afirmou:

“A maioria das pessoas ouve música no smartphone. É preciso compactá-la para conseguir ouvir as guitarras no smartphone. Eu não ouço no celular. Tenho meu amplificador de alta fidelidade em casa. Quando ouço música, quero ter o melhor som possível.”

Tom Angelripper, do Sodom, em 2023
Tom Angelripper, do Sodom, em 2023 – Foto: Miikka Skaffari / Redferns

 

Ao explicar seu ponto de vista, Angelripper citou que, em geral, as gravações das guitarras são feitas pensadas em caixas de som separadas, respeitando uma certa distância física entre elas. Segundo ele, é algo que perde sentido quando a música é comprimida para ser reproduzida via arquivos de streaming em fones de ouvido de baixa qualidade, comprometendo a nuance espacial idealizada em estúdio.

“O problema é que, no final das contas, tudo é digital. Se você grava em um CD ou faz uma masterização do álbum, o engenheiro de som diz: ‘No final, temos que compactar o arquivo inteiro’. Antes de masterizarmos as músicas, as guitarras foram posicionadas à esquerda e à direita, bem distantes da bateria. Você obtém uma produção totalmente ampla.”

Tom Angelrriper também questiona, nesse mesmo papo com o jornalista David E. Gehlke, o som plastificado de bateria obtido por algumas bandas. Segundo ele, tem sido cada vez mais recorrente o uso exagerado de triggers e samples pré-gravados, nos bumbos e na caixa, o que deixa a sonoridade artificial.

Sodom e Tom Angelripper

O Sodom lançou em 27 de junho seu novo álbum, The Arsonist. Em contrapartida, a banda alemã de thrash metal informou que irá diminiuir o ritmo das turnês e a quantidade de shows.

Na ativa desde 1982, o grupo é formado atualmente por Angelripper (voz/baixo), Frank Blackfire (guitarra), Yorck Segatz (guitarra) e Toni Merkel (bateria).

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